O presidente do Irã, um blogueiro?
"Acho que você é um líder maligno", escreve um leitor americano. "O fato de seu país matar intelectuais, jornalistas e minorias é horrível e …
"Acho que você é um líder maligno", escreve um leitor americano. "O fato de seu país matar intelectuais, jornalistas e minorias é horrível e profundamente perturbador" "Você poderia fazer o favor de calar a boca? Fico com dor de cabeça ao ler as bobagens que você escreve", diz outro. E quem é o objeto destas ofensas? Nada menos do que Mahamoud Ahmadinejad, presidente do Irã, que mantém um blog há mais de um ano e dedica quinze minutos semanais para atualizá-lo. É publicado em persa, árabe, inglês e francês. Os da versão em inglês são mais hostis do que os escritos
Ironia Existe uma ironia política no fato de o presidente do Irã manter um blog, já que outros blogueiros iranianos, incluindo repórteres que trabalhavam para sites de notícias na internet, aram a sofrer mais pressão após sua eleição. Centenas de websites e blogs que criticavam o governo foram bloqueados. Uma grande gozação: a censura ficou tão disseminada em determinada ocasião que o blog do presidente foi equivocadamente bloqueado junto com o Google durante um dia inteiro. Publicidade? "Ele possui um sentido agudo de publicidade", afirma Karim Arghandehpour, política e jornalista em Teerã. "O seu blog revela como ele acredita em instrumentos modernos de publicidade e mostra que deseja utilizá-los". Mas Ahmadinejad somente fala para o exterior do fato de seu país não desejar a bomba atômica. Para seu país, mantém uma posição dúbia "para elevar o moral do povo". No seu mais recente artigo, Ahmadinejad forneceu um "Guia para a Governança Islâmica" e escreveu sobre como uma autoridade deve considerar suas tarefas "como uma responsabilidade perante Deus" de ajudar o povo. O blog foi alvo ao ataque dos hackers diversas vezes, e um deles inseriu uma mensagem: "Nós agradecemos em nome de todos os hackers iranianos por defender nossos direitos contra todos os países do mundo, e esperamos que defenda a nossa energia nuclear até o último suspiro".