O mico da TV Pública
Pois é. Micou. O pomposamente anunciado lançamento da TV Lula, digo, TV Pública, domingo ado, além de ficar a três capitais (por falta …
Pois é. Micou. O pomposamente anunciado lançamento da TV Lula, digo, TV Pública, domingo ado, além de ficar a três capitais (por falta de equipamento) e à programação virtual (só durante a inauguração) num site mal-ajambrado, competiu com outro anúncio que, por si só, o encobriu - o da tv digital.
Coisas de Brasil, cheirando a quase improviso, como se a montagem de uma estrutura de comunicação eletrônica e sua entrada no ar não demandasse planejamento competente sem espaço para supostas panes de última hora. Se não havia como inaugurar, então que se mudasse a data da festa. Aliás, procure no site do Governo Federal alguma notícia sobre a TV Lula - nem no portal do Ministério das Comunicações onde há duas fotos de Hélio Costa na capa. Haja umbigo !
Enquanto o DEM espera sentado pelo julgamento do pedido de impugnação da Medida Provisória que criou a emissora mais fantasma do mundo, fica tudo no limbo. É o famoso quase: quase foi lançada nacionalmente, tem uma quase programação, está quase ajustando a questão trabalhista dos funcionários da Educativa Rio em que se fixou como hera.
Por sua vez, a toda poderosa Radio , um ícone da difusão nacionalista sa, está enfurecendo as rádios comerciais porque quer aumentar sua cota de anúncios. Constance Benqué, PDG da Lagardère Publicité e presidente do sindicato independente das direções de rádios privadas (SIRRP - Média Radio), disse ao Figaro que se o governo validar a decisão isso será « profundamente » injusto, alegando que a RF já é financiada e se vale de receitas ligadas à publicidade coletiva e de interesse geral. «Esta exigência chega num momento em que a mídia rádio está fragilizada por uma baixa dos investimentos publicitários», choraminga M. Benqué, que fala até num desequilíbro do mercado publicitário caso o governo de Sarkô resolva permitir que a RF aumente seus 30 minutos legais de publicidade. Afinal, será uma a mais a dividir o bolo com as demais rádios que teriam sofrido uma queda de 5 por cento nas suas receitas em 2007.
Jean-Paul Cluzel, o presidente da Radio (que envolve Inter, Info, Culture, Bleu, FIP Musique et le Mouv), já pediu ao Ministério da Cultura e da Comunicação francês a modificação, por decreto, do protocolo de tarefas e encargos datado de 1976 que limita não só o tempo de publicidade mas também o tipo (mutualistas ou defendendo interesse geral). A alegação maior é de que, com as sucessivas privatizações em sua volta, no setor, a RF vem sentindo seu número de anunciantes baixar. Ele não está disposto a esperar o estudo geral de cifras para todas as mídias que o governo fará ano que vem para então oferecer um pacote de medidas que modificarão a regulamentação publicitária.
A briga vai longe. Mas, com toda certeza, M. Cluzel não está fazendo nada de improviso ou sujeito a micar.