O Congo não é aqui…
Brasileiro fica logo ofendido quando entende que alguém fala mal do país. Se for um americano do norte o falante então, vira questão de …
Brasileiro fica logo ofendido quando entende que alguém fala mal do país. Se for um americano do norte o falante então, vira questão de honra.
Na semana ada, um jornalista do comitê olímpico americano foi enviado de volta para os Estados Unidos, por ter comparado o Brasil ao Congo. Apesar de ter pedido desculpas, foi retirado da delegação por ter atacado a honra do nosso Brasil varonil. Será?
Haveria a mesma repercussão se a troca fosse pela França ou pela Coréia do Sul? Fosse um país não-africano o sentimento seria o mesmo?
Não conheço o Congo, mas duvido que o presidente do Congresso de lá pague pensão à amante através do executivo de uma empreiteira.
Ademais, é pouco provável que o filho do presidente congolês faça tão milionários negócios com concessionárias de serviços públicos.
Será que no Congo houve impunes escândalos como o dos sanguessugas e dos mensaleiros?
Será que a punição máxima dos políticos ladrões é a perda de mandato por lá?
E o pessoal do Judiciário do país africano? Será que eles investem tanto tempo para incrementar os próprios salários?
Lá, se um membro de corte superior for flagrado negociando sentenças, sua punição será o repouso remunerado com mordomias?
Se o Congo fosse organizar uma competição esportiva, será que cometeria um erro que o faria gastar dez vezes mais que o valor orçado?
Definitivamente, é muito provável que no Congo não exista este festival da indecência, o que põe em dúvida se realmente fomos ofendidos.
Talvez seja o caso de aprofundar este assunto, o Congo pode ter o que nos ensinar.
E de trazer o jornalista americano de volta para o Pan.