O amor que dura não tem pressa
Por Luan Pires

Vocês, humanos, às vezes, confundem intensidade com profundidade. Eu entendo. O amor juvenil é bonito demais. Chega como fogo. Queima, aquece, brilha. Esse tipo de amor vem cheio de espelho. Vocês se apaixonam por quem gostariam de ser. Por quem completa uma fantasia. Por quem veste o papel do que falta e não, necessariamente, do que é.
Quando esse amor quebra, é quase sempre porque vocês esperavam mais do reflexo do que da pessoa. A culpa não é de ninguém. É do tempo. Da pressa. Da ilusão bonita de que amor bom é aquele que dá certo desde o começo.
Mas, eu sei e vocês aprendem com o tempo que o amor real é outro tipo de chama. Ele não arde. Ele sustenta. Não acelera o coração, acalma. Não promete eternidade, mas constrói presença.
Amor maduro não separa as partes boas das ruins. Ama o pacote inteiro. Os silêncios desconfortáveis, os dias sem assunto, os defeitos que não vão mudar. E decide ficar mesmo assim. Decide cuidar, mesmo com raiva. Decide conversar, mesmo quando cansa. Decide crescer junto, mesmo quando o mundo puxa pra lados diferentes.
É o amor que sabe esperar o outro voltar. Que não compete. Que não mede. Que não cobra perfeição porque já entendeu que ninguém entrega isso.
O amor que dura não é o que acontece rápido. É o que permanece, mesmo nas situações em que o brilho diminui porque quando isso acontece, o que segura não é o calor, é a escolha.
Então, não diminuam o amor juvenil. Ele ensina. Ele marca. Ele abre caminhos. Mas, saibam que o amor que fica é mais silencioso. Mais firme. Menos fogos de artifício, mais chão. Menos fantasia, mais verdade.
E verdade, mesmo sem filtro, ainda é o que mais alimenta o amor.
Com Amor, Vida.