Nos últimos anos, recrudesceu na mídia o noticiário acerca de corrupção no Brasil.

O filho do Presidente fez um negócio milionário com uma empresa cujo resultado é fortemente influenciado pelas decisões do governo do Papai e nada aconteceu?

Um assessor de um deputado petista, irmão do então presidente do PT, foi preso com dólares e reais escondidos na cueca e alegou que eram recursos oriundos da venda de hortigranjeiros e "colou"?

O secretário do PT ganhou uma camionete de luxo, seu sonho de consumo, de uma empresa que fez um nebuloso negócio com uma empresa estatal e ficou por isso mesmo?

O Procurador-Geral da República denunciou quarenta pessoas, a grande maioria, intimamente ligada ao Governo, por formação de quadrilha e, exceção feita ao "boi das piranhas" José Dirceu, tudo ficou por isso mesmo.

Há indícios de que uma I do Apagão Aéreo identificaria roubalheira grossa nas reformas dos aeroportos, e um acordo da base governista com a oposição conduz a uma pizza tamanho família.

Um ministro do Superior Tribunal de Justiça é flagrado em conversas para lá de suspeitas tratando da comercialização de sentenças, pede licença remunerada, indo para casa com toda a mordomia e com seu salário de mais de dez mil dólares. E está tudo normal.

Na semana ada, o controvertido deputado Clodovil manifestou-se de maneira para lá de incorreta do ponto de vista político: falou mal das mulheres em geral e, ainda por cima, chamou uma deputada de, que horror, feia.

Foi o suficiente para a mídia nacional, com a velocidade de um magistrado mandando soltar um colega, abraçar a causa. Propostas variaram de reprimenda pública à cassação de mandato por falta de decoro.

Estaria faltando assunto? Não há assuntos mais sérios para serem tratados? A quem interessa o agendamento do tema?