"Nestlé chama…"
Na última quarta feira, dia 27, Luis Arruda, diretor da Quiz Full Promotion, de São Paulo, escreveu neste site sua opinião de que, dentro …
Na última quarta feira, dia 27, Luis Arruda, diretor da Quiz Full Promotion, de São Paulo, escreveu neste site sua opinião de que, dentro de cinco anos, "outros meios de chegar ao consumidor, que não seja a mídia, já serão maioria no planejamento de comunicação das empresas". Ora, no último verão e num processo que ainda está em andamento, a Nestlé envolveu 25 pessoas no litoral norte, dentro do projeto Blis, para degustação e venda direta de seu último lançamento, o Nescafé Ice - frascos de plástico de 300 ml com Nescafé líquido para ser adicionado ao leite gelado, com preço de venda ao consumidor ao redor de R$ 6,00, destinado às classes média e alta.
Mochileiros percorreram as praias para degustação e venda do produto. O processo permanece nas praças e ruas de grande movimento. O mesmo modelo é seguido em outras praias e cidades brasileiras. Na secção "Marcas & Marcas" da revista "Página Rural" vem a informação de que 3.800 mulheres na região Sul estão envolvidas num projeto de venda porta-a-porta, em busca dos consumidores emergentes. O sucesso desta iniciativa, segundo a empresa, permite a implantação de micro-centros de distribuição, "reduzindo custos e melhorando a viabilidade econômica dos produtos".
A CAÇA AO CONSUMIDOR
A Nestlé está intensificando seu enfoque em produtos para consumidores emergentes, dirigido ao atendimento de necessidades específicas de mais de 2,8 bilhões de consumidores de baixa renda em todo o mundo, cujos rendimentos são inferiores a dez dólares diários. (Não foram fornecidas estatísticas sobre o mercado brasileiro.) Este grupo gasta cerca de 510 bilhões de dólares
Segundo divulgou a revista, o êxito geral deste modelo será alcançado por meio de um profundo conhecimento deste novo segmento de consumidores. Considerando que este consumidor não vai a supermercados torna-se necessário ir até ele, no esquema porta-a-porta. É evidente que o consumidor desenvolve fidelidade a marcas que demonstrem interesse nele. Deste modo, o modelo de venda para consumidores de baixa renda vai além da simples modificação de produtos, muitas vezes necessária.
MODIFICAÇÃO DE PRODUTOS
Modificar produtos é resultado de iniciativas como o programa "Conexão com o Consumidor", onde executivos da Nestlé compartilham experiências com famílias de baixa renda. Produtos destinados ao projeto foram alterados segundo estas experiências. O consumidor pode não adquirir uma lata de leite em pó, mas consegue comprar um sachê de
A empresa não acredita em consumidores globais, como afirma o diretor de área de regionalização, Jean Orkinski. O projeto de regionalização da Nestlé começou em 2000. "Cada região possui características muito peculiares e para isto disponibilizamos produtos próprios para cada uma destas regiões", diz Orkinski. Por exemplo, no Nordeste oferece um café solúvel mais suave (Nescafé Dolca), biscoitos Bono e Negresco em embalagens menores e o leite
(Em tempo: O lucro líquido do primeiro semestre da Nestlé, divulgado em agosto de 2006, chegou a 4,151 bilhões de francos, valor 11,4% maior do que no mesmo semestre em 2005. Na América, as vendas chegaram a 14,576 bilhões de francos, com destaques para América do Norte e Brasil. As vendas da Nestlé para o Brasil ocupam o segundo lugar em volume e quinto em faturamento.)
