Mulheres… mulheres

Dia desses, chamou-me a atenção um caminhão em cujo pára-choque  estava escrito: "Mulher bonita e automóvel importado, se não cuida, roubam." As vírgulas e …

Dia desses, chamou-me a atenção um caminhão em cujo pára-choque  estava escrito: "Mulher bonita e automóvel importado, se não cuida, roubam."


As vírgulas e os acentos fui eu que pus, mas não é o que importa. Já ouvi muitas comparações assim, umas boas, outras nem tanto, mas sempre feitas por homens. Por exemplo, "namorar mulher casada é como dirigir sem carteira. Cuidado com o guarda de trânsito".


Sei lá se é verdade. Tem tanto guarda de trânsito camarada?


Tudo isso me faz pensar. Seria boa idéia, como é da melhor justiça, ouvir a outra parte. Então, convido as internautas de plantão, cá na Coletiva, a também fazer frases, comparando homens e automóveis. Vale caminhão, jamanta, carroça, o que for.


Quero ver como as mulheres se saem. De minha parte, confesso que só tenho prática em dirigir automóveis. Mulheres, por mais que eu tenha tentado, jamais consegui aprender.


Não me sinto o único incompetente neste assunto. Um juiz do interior de São Paulo me transformou em sábio, quando decidiu, ao julgar um genro violento, que "bater na sogra uma vez por ano era um direito".


Outro juiz, também paulista, foi mais longe. Ao absolver um guarda municipal acusado de bater numa senhora, disse, entre outras coisas, que se "ela estivesse em casa, cozinhando para o marido, não teria apanhado".


Com o que desculpo um conterrâneo meu, da cidade do Rio Grande, metido a fazer versos, que escreveu:


"Mulheres? mulheres?!


Tão frias como sorvete em colheres!"


Não sabia nada de mulheres.


Menos ainda de poesia.

Autor

Jayme Copstein é jornalista, com atividade em jornal e rádio desde 1943,com agens pelos principais veículos de Porto Alegre. Trabalhou 22 anos no Grupo RBS como apresentador de programas e comentarista de opinião da Rádio Gaúcha, e atualmente é colunista do jornal O Sul e apresentador do programa 'Paredão', na Rádio Pampa. Detentor de vários prêmios, entre eles, Medalha de Prata (2º lugar) no Festival Internacional do Rádio de Nova York (1995), em 1997 publicou "Notas Curiosas da Espécie Humana" (AGE). Seu livro mais recente é "A Ópera dos vivos", editado em janeiro de 2008.

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