Meu INSS #sqn
Por Flávio Dutra

O escândalo do INSS que agora ganhou espaços na mídia e troca de acusações sobre como começou e qual governo foi mais omisso e é mais culpado, terá outros desdobramentos ainda. O governo Lula está num brete, sem ter noção de como e quando ressarcir os prejudicados pelas associações espertalhonas, enquanto se prepara para enfrentar - e sangrar - uma MI, que se sabe como começa, mas não como termina.
Não vou entrar nessa discussão e sim no que realmente interessa neste momento: a devolução aos lesados do desconto indevido. A verdade é que o golpe acabou estendendo o brete para um grande número de inativos da Previdência que precisam ter o ao app Meu INSS ou ao fone 135 para saber se houve descontos nas seus magros pagamentos e como proceder para resgatar o que foi surrupiado.
Agora vou falar, sim, em causa própria, mas acho que falo também em nome do incalculável número de potenciais vitimados, que não conseguem ar os canais oficiais colocados à disposição para a checagem. Tenta falar com o número 135, vai, tenta!. Pois tentei mais de uma dezena de vezes na sexta e no sábado e a ligação nem completa. Ok, então vai para o app que atende pelo contraditório nome de Meu INSS. Vai, tenta! Pois tentei igualmente e empaco numa novidade no processo: uma série de perguntas sobre a minha relação com a previdência (último emprego com carteira assinada, onde já estive empregado, última contribuição, por aí). Respondo tudo direitinho, mas sempre dá erro e sou bloqueado se tento ar de novo.
Será que o Meu INSS escolheu só a mim para esse padecimento? Será que é só comigo que isso acontece, pois já tinha ado por situação idêntica quando tentei buscar o extrato anual de pagamentos para a declaração do Imposto de Renda? Depois de muito tentar, apelei a minha gerente do Banrisul que obteve na hora o extrato.
Já nem falo em ser atendido nas agências do Instituto, porque essas não estão disponíveis para as vítimas da roubalheira, sem contar o caso de veteranos como eu, mas menos afeitos ao mundo digital ou que moram em localidades longínquas e que ficam desamparadamente sem as informações de quem ficou com parte de seus proventos. E, claro, essa confusão toda só facilita o golpe dentro do golpe, dos que tentam arrancar mais uma grana dos aposentados, oferecendo serviços e soluções que não existem.
Aí eu pergunto: Meu INSS? De quem mesmo?