Janeiro e neobigodismo

Janeiro em Porto Alegre é bom e é ruim. Bom porque os restaurantes, cinemas e locais de lazer ficam civilizadamente ocupados. Está bom para …

Janeiro em Porto Alegre é bom e é ruim. Bom porque os restaurantes, cinemas e locais de lazer ficam civilizadamente ocupados. Está bom para curtir Porto Alegre, que o diga o pessoal da SAPA, a sociedade secreta que somente nós, os sapeanos, sabemos onde tem sua sede. Mas até aqui, grande coisa. Não escrevi nada de novo. Só que é chato e eu resolvi comentar.


Mas janeiro é uma porcaria se a gente quiser fazer negócios. Até que nos últimos anos a coisa está melhorando um pouco, mas ainda janeiro é um mês terrível na geração de novos negócios, prospecções, etc. Apesar de todos os comentários e até esforços de um grupo de pessoas, interessadas em que o mundo volte a ser um pouco menos veloz e um pouco mais o mundo do ser, e não do ter, olho pela janela e tudo está a mil por hora. Celulares 24 horas ligados, prazos curtíssimos para a realização de trabalhos, motoboys alucinados, empresários ansiosos. Aí, os slow tudo (eu que inventei o termo) querem ter tempo. Tempo pra comer, tempo pra ficar com seus filhos, tempo pra namorar, tempo pra ler, tempo pra não fazer nada, como diria o sujeito que inventou o nadismo.


E mesmo para escrever aqui, preciso de tempo. Tempo para refletir, conversar, ler e tentar enxergar a realidade sob algum ponto de vista ou diferente ou singular. Se não tenho tempo, a coluna acaba saindo mais do mesmo. E de mais do mesmo a gente está de saco cheio, não é?


Bom, vou me puxando. Os slow tudo seguem em busca de tempo para curtir a vida. Mas há também um outro grupo, o dos que buscam o essencial da vida. Buscam a satisfação e esta sempre se dá pelo equilíbrio. Então há pessoas como o americano David Bruno que se impôs um desafio: viver um ano com apenas 100 objetos. Se desfez de várias coisas em sua casa, como fones de ouvido e iPod, uma bicicleta ergométrica (se bem que esta, sempre que alguém compra, acaba com a sua utilização correta: estendedor de toalhas). A ideia dele é que a gente use as coisas, ao invés de sermos somente donos delas.


Talvez a lição do janeiro com pouca gente seja um desafio do destino: vamos ver quem é realmente essencial. Quem são as pessoas que, ao voltarem, fazem falta. Porque está cheio de entulho por aí. Entulho humano, gente que não quer nem saber de poupar os nossos ouvidos e paciência com sua chatice, falta de senso de humor ou falta de conteúdo.


Neobigodismo


Bom?está voltando a moda da utilização de bigodes como algo fashion. Depois da cara limpa dos yuppies e da barba por fazer rala (George Michael foi seu símbolo), agora é a vez (de novo dos bigodes). Bem, cada um usa o que quiser no rosto. Mas neobigodismo? Por favor, gente.

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