(In)viabilidade de Yeda

Já faz um tempo que o Governo Yeda vem sofrendo abalos em sua credibilidade. Detran, mansão, delação premiada, escutas legais e ilegais são expressões …

Já faz um tempo que o Governo Yeda vem sofrendo abalos em sua credibilidade. Detran, mansão, delação premiada, escutas legais e ilegais são expressões que fazem parte da rotina do noticiário acerca do governo do estado.


Além disso, uma gestão de comunicação que deveria ser registrada academicamente como "o modo a não ser imitado" estimulou durante um bom tempo borbotões de notícias negativas sobre o governo, a governadora e seus aliados.


Para completar, a falta de senso de oportunidade muitas vezes tem agendado assuntos negativos sobre os positivos. A ideia da Governadora de comprar um avião é um emblema neste sentido.


Tudo isto tem colocado a possibilidade de reeleição como muito remota, uma vez que Yeda, segundo pesquisas, tem menos de 10 por cento de intenções de voto, o que, se comparado com outros governantes em terceiro ano de mandato, com perspectivas de reeleição, representa um resultado pífio.


Entretanto, por paradoxal que possa parecer, a prática do governo não é pífia. As ações de saneamento do Estado, o enfrentamento dos interesses corporativos e a atração de investimentos são fundamentais para a retomada do Rio Grande do Sul.


O agendamento de temas como produtividade de servidores públicos e avaliação de professores é decisivo para que o Estado readquira competitividade.


Do ponto de vista eleitoral, no entanto, parece que a vaca foi para o brejo, tanto pelos erros quanto pelos acertos do Governo.


Se, por um aspecto, as suspeitas de corrupção abalam a viabilidade eleitoral de Yeda, por outro, seus acertos, na busca de incrementar a produtividade de uma máquina letárgica acabam por piorar a situação, pois, em cada família deste Estado, há sempre um membro que estará sendo atingido pelas medidas saneadoras.


Nesta hora, explicar para a professora, por exemplo, que a medição da produtividade incrementará a qualidade do ensino é tão complexo como explicar ao peru o sentido espiritual do Natal.


Inviabilizada eleitoralmente ou não, os gaúchos têm direito a esclarecimentos acerca das acusações contra Yeda e seu governo.


Com a palavra, os onerosos órgãos competentes.



Perguntando



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Autor
André Arnt, diretor da Coletiva EAC, é de empresas, consultor e professor universitário. Coordenou cursos de pós-graduação nas áreas de negócios e marketing. Atua como consultor em estratégia empresarial. É colaborador da Coletiva.net.

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