In forma (28/05)

Por Marino Boeira

NÃO PODEMOS ESQUECER OS PALESTINOS

Sento diante do computador para escrever minha coluna semanal em Coletiva.net  e fico indeciso sobre qual assunto abordar.  Tratarei mais uma vez da política brasileira?  Decido que não. O que dizer de novo sobre esse pobre governo do Lula senão repetir que ele decepcionou a todos que esperavam que depois do desastre dos anos de Bolsonaro, ele pudesse trazer algo de novo. Não eu que, no essencial, sabia que ele repetiria o governo anterior, porque seus compromissos com banqueiros, grandes empresários e latifundiários eram os mesmos.

Nesses poucos momentos de dúvida sobre o que escrever, certamente mais de uma dezena de palestinos, principalmente mulheres e crianças, devem ter morrido no genocídio promovido pelo governo sionista, racista e colonialista de Israel em Gaza e também na Cisjordânia.

Desde que o Estado de Israel iniciou uma limpeza étnica na chamada Faixa de Gaza milhares de palestinos em sua maioria mulheres e crianças foram mortos num genocídio até maior do que os nazistas promoveram na Segunda Grande Guerra.

Como os serviços médicos palestinos foram quase que totalmente destruídos, a estatística mais confiável foi a publicada pela revista britânica The Lancet a partir de um levantamento feito pela Escola de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Yale.

Segundo ela, entre outubro de 2023 ao final de junho de 2024 o número de mortos estimados foi de 60 mil pessoas, das quais 60 por cento eram de mulheres, crianças e pessoas com mais de 60 anos, portanto nenhum combatente.

De lá para cá, os ataques terroristas com bombas e drones dos sionistas contra áreas urbanas em Gaza só se intensificou e o número de mortos deve ter dobrado.

Apesar de tudo isso, os palestinos resistem. É uma resistência que começou em 1948, quando a pretexto de dar terras e casas para os imigrantes judeus trazidos do Leste da Europa, cerca de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas e de suas terras. Este ato ficou registrado como Nakba, o desastre.

Uma das poucas coisas que podemos oferecer aos palestinos é a nossa solidariedade. No próximo sábado dia 31 de maio, às 15h,  teremos uma oportunidade real de fazer isso. Na frente do Museu Iberê Camargo, na Zona Sul de Porto Alegre, será realizado um ato para lembrar os 77 anos da tragédia do Nakba.

Autor
Formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), foi jornalista nos veículos Última Hora, Revista Manchete, Jornal do Comércio e TV Piratini. Como publicitário, atuou nas agências Standard, Marca, Módulo, MPM e Símbolo. Acumula ainda experiência como professor universitário na área de Comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e na Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos). É autor dos livros 'Raul', 'Crime na Madrugada', 'De Quatro', 'Tudo que Você NÃO Deve Fazer para Ganhar Dinheiro na Propaganda', 'Tudo Começou em 1964', 'Brizola e Eu' e 'Aconteceu em...', que traz crônicas de viagens, publicadas originalmente em Coletiva.net. E-mail para contato: [email protected]

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