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Por Marino Boeira 2u461b

19/03/2025 10:45 / Atualizado em 18/03/2025 15:51
In forma (19/03)

POR QUE TE CALAS? 5d3j6j

Depois que a mídia tradicional, principalmente o jornal e a televisão, se tornou definitivamente um negócio que precisa dar lucro no fim do mês e em muitos casos é parte de um complexo empresarial, as chamadas redes sociais se transformaram no único canal para as críticas ao sistema.

Não é por acaso que as entidades de classe dos empresários de comunicação fazem campanhas permanentes contra essa mídia alternativa sobre a qual não têm controle, usando a desculpa de combater as fake-news.

Historicamente no Brasil as grandes mentiras (as tais fake news) foram criadas e divulgadas pela mídia tradicional. O exemplo maior é a Rede Globo, sempre defendendo e promovendo as piores causas políticas do País a começar pela ditadura militar implantada em 1964 com seu apoio.

Regionalmente ninguém esquece que o principal jornal do Estado,  Zero Hora, foi criado a partir da liquidação da antiga Última Hora cujo ?crime? foi  promover o governo nacionalista de João Goulart.

Ironicamente, Zero Hora, era a denominação de um espaço no jornal reservado para as notícias que chegavam pouco antes do fechamento da edição. Quem procurar o primeiro número da ZH vai encontrar um editorial defendendo o golpe de 64.

O outro jornal de Porto Alegre, o Correio do Povo, é ligado ao grupo da TV Record e faz parte do grupo da Igreja Universal, o que em princípio é uma péssima recomendação.

 Mais do que veículos de comunicação, a  Zero Hora e o Correio do Povo são ligados diretamente a outros tipos de negócios. No caso de Zero Hora ao setor imobiliário, o que afeta diretamente sua credibilidade como veículo de comunicação e o Correio do Povo a uma religião profundamente obscurantista.

As emissoras de TV com seus mais importantes horários vinculados às matrizes no Rio e São Paulo e as de rádio, voltadas quase que totalmente a segmentos específicos de público, há muito que não têm mais nenhuma influência política ou cultural junto à maioria da população.

As redes sociais têm então, a partir dessas constatações, um espaço enorme para se transformar numa área de grandes debates sobre as questões políticas e culturais do país.

Infelizmente isso acontece muito pouco. A maior parte das postagens envolve questões superficiais e de interesse escasso para a maioria das pessoas e quando por acaso alguém pauta um assunto mais universal, os comentários quase sempre se transformam em bate-bocas.

Uma pena que seja assim, porque deve haver muita gente, inclusive aqui no Facebook, onde escrevo, com contribuições importantes a fazer sobre o momento político, brasileiro, por exemplo, que fujam do maniqueísmo tipo Lula x Bolsonaro.

Ao contrário ao que aconselhou o rei da Espanha, não te cales nunca.