Hotéis & Algumas Supremas Glórias
Montevidéu Em 1958, Marlene Ruperti, Nilda Maria, Glênio Peres, Luiz Carlos Maciel, Milton Mattos, Paulo José, Paulo César Peréio, Wolney de Assis e eu …
Montevidéu
Em 1958, Marlene Ruperti, Nilda Maria, Glênio Peres, Luiz Carlos Maciel, Milton Mattos, Paulo José, Paulo César Peréio, Wolney de Assis e eu fomos a Montevidéu, a convite da Embaixada do Brasil, apresentar "Poetas & Poemas", espetáculo que criei, dirigi e participei como ator.
Numa noite, após o espetáculo o adido cultural, Vinicius de Moraes nos carregou para a casa dele - suprema glória - e atravessamos a noite com violão no ouvido e uísque na goela.
Já quase amanhecendo, na volta para o hotel, todo mundo emborcado, enquanto Luiz Carlos Maciel e Peréio subiam para o apartamento que dividíamos, eu parei num grill da esquina para cortar o pileque com um frango assado.
Carreguei a ave e a devorei todinha.
Ao acordarmos, os amigos, vendo a ossada, queriam saber quem havia estraçalhado o frango. Talvez ainda não saibam que a acusação de alta bebedeira nada tinha a ver com a empulhação sobre a minha ceia quase matutina.
Porto Alegre
Século ado, anos 80, fui a Porto Alegre para receber, em nome do próprio, um prêmio ganho pela Fundação Roberto Marinho, numa promoção da RBS.
O amigo Glênio Peres (hoje nome do Largo), então na RBS, apanhou-me no aeroporto e deixou-me no Plaza. Fim de tarde, descobri que ele avisara um montão de amigos da minha presença na cidade e o pessoal foi chegando e bebendo o escocês. Quando não cabia mais gente no apartamento, descemos para o bar e, entre eles, lembro-me bem, estavam Leo Dexheimer e outro artista que faz muita falta ao nosso acervo afetivo: Henrique Fuhro.
Na solenidade da RBS, tive que me concentrar muito para não pagar mico.
Lá, outro amigo, Ruy Carlos Ostermann, face às minhas notórias posições ideológicas, perguntou-me se não estava meio estranho eu representar o dr. Roberto. Que era estranho, era, e eu concordei, mas qualquer explicação levaria horas.
A síntese dessa explicação eu já ganhara da vida: em qualquer situação, se ocupar um espaço não degrada sua honra e, se nele, você pode ser útil, ocupe o maior espaço possível.
Responsável pela Comunicação Social da Fundação Roberto Marinho, ocupei seus espaços: Jornalismo; Propaganda e Relações Públicas, escrevi os discursos do patrão e participei, durante 10 anos, de centenas de projetos em benefício do país. Participei da implantação dos telecursos no Brasil e só isso honra qualquer currículo. Pela Fundação Roberto Marinho, enquanto estive lá, o patrão só falou o que eu escrevi.
Na noite em que recebi o prêmio em nome de Roberto Marinho, houve uma festa no Country e - suprema glória - dancei com Yeda Maria Vargas, que já se consagrara como Miss Universo.
Foi no Plaza, também, que a RBS hospedou-me quando convocado por Jayme Sirotsky para contar da experiência da FRM, com vistas ao projeto da Fundação Maurício Sobrinho. Em outra ocasião dei uma palestra sobre patrocínio de empresas a projetos culturais.
Essa palestra teve um prólogo interessante. João Carlos Magaldi era Superintendente da Globo e Secretário Geral da FRM. Telefonou-me:
- Mario, tenho uma notícia boa e outra má. Jayme Sirotsky pediu que eu fosse a Porto Alegre para dar uma palestra sobre marketing cultural e eu disse que não podia. A boa notícia é que você vai.
- E a má?
- Eu disse que você podia e ele não perdoou:
- Melhor!
Inté.