Geniozinhos fora!
Estão saindo algumas reportagens nos veículos de comunicação sobre a overdose de atividades que pais (e mães) estão submetendo seus filhos pequenos, na tentativa …
Estão saindo algumas reportagens nos veículos de comunicação sobre a overdose de atividades que pais (e mães) estão submetendo seus filhos pequenos, na tentativa de torná-los pequenos gênios, mais capazes do que os outros indivíduos. Ocorre que, muitas vezes, esta estratégia não está dando certo.
Não está dando certo porque o excesso de estímulos e atividades tira o tempo de as crianças serem de fato crianças. Os pequenos necessitam de tempo para si, tempo sozinhos, tempo para sua construção psicológica e emocional. Tempo para brincarem despreocupadamente, sem terem responsabilidades. Então, podemos estar gerando indivíduos de fato mais inteligentes e capazes, por um lado, mas com uma estrutura psicológica distorcida. Assim, pessoas sem condições de assumirem suas responsabilidades e, principalmente, de serem felizes.
Vivemos a ditadura da pressa. Os celulares já são equipamentos multifuncionais, de forma que recebemos emails 24 horas por dia, no próprio equipamento. A pressa do dia-a-dia, porém, não pode ar por cima de certos tempos necessários aos seres humanos. Tempo de reflexão. Tempo para ver seu filho crescer. Tempo para descansar. São muitos os tempos Necessários. E há, também, o tempo para ser criança. Atropelarmos certas etapas ou tempos pode trazer resultados realmente desastrosos.
Para quem não me conhece, tenho um filho de 7 anos. Ele estuda e faz inglês, não mais do que isto. Entendo que ele tem que ter o tempo dele, o tempo das brincadeiras, o tempo de pensar. Quero que meu filho seja evidentemente um vencedor e alguém capaz para enfrentar os desafios cada vez maiores do mercado de trabalho. Mas quero, antes de tudo, que ele seja alguém sério, idôneo e feliz. Que tenha boas lembranças da infância, como um tempo sem responsabilidade, um tempo doce e que não volta mais. Para mim, é simples: não quero meu filho um gênio. Nem ele e nem outras crianças. Geniozinhos, fora!