General Motors ? A queda
Há um quarto de século, conta The New York Times, os habitantes de Detroit, sede da GM, não atacavam somente com palavras as fabricantes …
Há um quarto de século, conta The New York Times, os habitantes de Detroit, sede da GM, não atacavam somente com palavras as fabricantes de automóveis japonesas em ascensão, como davam vazão à sua frustração dando marretadas em carros japoneses, uma forma também de levantar dinheiro para a caridade (três marretadas por um dólar para o evento). A GM se mantinha no topo desde 1931.
A GM domina Detroit, "a sua cidade". As lojas vendem camisetas que dizem "Sede Mundial da GM", vestidas pelos seus habitantes mundo afora. Há até cintos feitos do mesmo material dos cintos de segurança, com o logo da GM na fivela.
O dia fatal
Então os números foram divulgados no final de abril. No mais recente trimestre, a Toyota vendeu 2,35 milhões de carros e caminhões, cerca de 109 mil a mais do que a GM. À medida que a realidade histórica se estabeleceu, um senso de indignação foi misturado com retórica sobre as políticas comerciais do Japão em jornais, murais, internet na fábricas e nas rádios locais. Algo como meter-se na boca do lobo e causar indigestão.
O efeito foi uma prolongada reunião na prefeitura para traçar estratégias, sem resultados. Não esquecendo que a GM é ainda a primeira no mercado americano, os executivos da GM apresentaram-se ambíguos. Mas o executivo-chefe, Rick Wagoner, repetindo o que já havia dito nas crises menores, foi à frente, otimista: "Eu gosto de ser o primeiro. Não ficaremos sentados vendo outros arem à nossa frente".
Corte para um case Toyota
A maior montadora do mundo, hoje, escolheu o ator Brad Pitt para lançar a nova geração de seu principal produto, o Toyota Corolla. As concessionárias Nagoya Motors e Motor Shopping, em Piracicaba e Ribeirão Preto, segundo a revista Meio & Mensagem, precisavam fazer uma ação de lançamento que impactasse seus clientes e os incentivasse a fazer o upgrade para o novo Corolla. A ação se desenvolveu em duas etapas.
A primeira foi um coquetel-show para jornalistas, formadores de opinião e 280 clientes já prospectados, com surpresas durante o evento. A segunda etapa foi um evento público, uma balada dentro das concessionárias, com DJs especialmente contratados. Todos os clientes receberam convites, e foi criada uma área exclusiva para os potenciais compradores.
Nesta área separada havia um bufê especial e DJs tocando músicas das décadas de 70, 80 e 90. Para entrar nesta área exclusiva era necessário um kit contendo camiseta, convite, pulseira e alguns presentes. Os prováveis consumidores poderiam tirar fotos ao lado do novo Corolla. As duas etapas levaram às concessionárias cinco mil pessoas em Piracicaba e sete mil em Ribeirão Preto. Tudo isto com um telão de Brad Pitt dominando a cena. Na noite da primeira etapa foram fechados 145 contratos. Na semana do acontecimento da segunda etapa, mais 350 . Com o faturamento do evento, a campanha se pagou, além de uma exposição na mídia durante 35 dias.
