Gemidos e sussurros

Eu não sei em que ponto a humanidade se perdeu. Talvez Fukuyama tivesse afinal razão, a história já acabou mesmo e a cada dia …

Eu não sei em que ponto a humanidade se perdeu. Talvez Fukuyama tivesse afinal razão, a história já acabou mesmo e a cada dia encenamos a ficção de que ainda há algo por fazer. Melhor seria desistirmos de vez. Não falo de movimentos sociais relevantes, não quero ser relevante agora. Falo de pequenas delícias do cotidiano.


Acabaram com o milkshake do Rib"s, acabaram com o Grêmio, acabaram com o Red, de Giorgio Beverly Hills, acabaram com o sexo inseguro, com o prazer de fumar, com o direito à boêmia, o puritanismo domina, a babaquice idem, os espertalhões tomam conta do mundo, a fé mascara o mal ancestral, a mediocridade se impõe, corpos valem mais do que mentes, impostos nos devoram, partidos só tiram partido, corpos moldados substituem o talento, a gentileza confunde-se com assédio, a grossura usa a máscara da franqueza.


A última investida dos que querem acabar com os pequenos prazeres cotidianos foi do tal Alan Mills, árbitro-geral de Wimbledon, querendo proibir os gemidos da Maria Sharapova. Pô, meu fio, se suncê não gosta, só o ômi é que pode te ajudá.


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A propósito: coloquei a foto de Maria em tamanho generoso. Se o pessoal do site reduzir muito é porque é da turma do Mills.


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Roberto Jefferson não tem provas. Pedro Collor também não tinha.


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Depoentes pouco confiáveis são comuns. É praxe interrogar um bandido para prender a quadrilha.


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Justiça seja feita: que o homem tem uma performance brilhante, ah, isso tem.


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Antes tarde do que nunca: saudei o reforço do Fraga como colunista e acabei esquecendo de fazer o mesmo com a Márcia Martins, colega querida desde os tempos da faculdade, e que escreve com o coração. Beijo nele, Márcia. Imagem

Autor
 Eliziário Goulart Rocha é jornalista e escritor, autor dos romances Silêncio no Bordel de Tia Chininha, Dona Deusa e seus Arredores Escandalosos e da ficção juvenil Eliakan e a Desordem dos Sete Mundos.

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