Ficamos para trás

Por Rafael Cechin

Estamos no final de maio, faltam sete meses para se encerrar o calendário do futebol em 2025, e já podemos decretar: a dupla Gre-Nal NÃO VAI ganhar mais títulos na temporada. Não vai! É certo e definitivo. Os resultados e, principalmente, desempenhos nas últimas semanas comprovam que nossos times foram mal preparados para os desafios do ano.

No lado do Inter, o elenco foi super badalado e novos investimentos não foram realizados para melhorar as condições do time. Aliado a isso, as expectativas depositadas nas estrelas Valencia e Borré viraram uma triste realidade. Sem gols e com lesões, ambos sucumbiram. Dimensionamos mal a capacidade de chegar às conquistas esperadas.

O Gauchão será o alívio para a fase sem títulos. Dá tempo de alcançar mais? Claro que sim. A questão é que o time do Roger não acha soluções para os problemas que aparecem. O meio-campo está sem velocidade, deixando a defesa exposta aos contra-ataques. Foi assim contra o Mirassol, tem sido assim em muitos jogos nos quais os colorados saem perdendo, precisam correr atrás e isso causa ainda mais desgaste.

A salvação tem sido a gurizada. Ricardo Mathias e Gustavo Prado surgem como boas notícias num período de incertezas em relação ao trabalho no Beira-Rio. A distância para os líderes já é de três ou quatro rodadas, o que diminui muito as chances de ao menos lutar pela taça do Brasileirão.

Em relação à pontuação o mesmo vale para o Grêmio. Está lá atrás, só um ponto abaixo do Inter, com o fantasma do rebaixamento rondando de novo, em função dos traumas de três quedas para a Série B. O pior é que Mano está longe de encontrar o melhor caminho. Assistir a um jogo do tricolor é enxergar nada de desempenho, o que se traduz em resultados péssimos.

Se a consequência faz a torcida sofrer, a causa iguala o rival: a montagem do grupo de jogadores. A direção errou demais. Não há qualidade em quase posição alguma. Muitas carências, sistema de jogo defasado porque não houve convicção nem na escolha do técnico e um ambiente interno já tumultuado pela sucessão presidencial levam a torcida ao desespero cada vez que a equipe entra em campo. Cria ameaças para o resto da temporada.

Ficamos para trás, infelizmente. E você, torcedor, tome muito cuidado quando os dirigentes reclamam da arbitragem (que é péssima, mas é péssimo para todo mundo, não só para a dupla Gre-Nal). Essas críticas podem terceirizar a verdadeira responsabilidade pelos problemas.

 

Autor
Jornalista graduado e pós-graduado em gestão estratégica de negócios. Atua há mais de 25 anos no mercado de comunicação, com agem por duas décadas pelo Grupo RBS, onde ocupou diversas funções na reportagem, produção e apresentação, se tornando gestor de processos e pessoas. Comandou o esporte de GZH, Rádio Gaúcha, ZH e Diário Gaúcho até 2020, quando ou a se dedicar à própria empresa de consultoria. Ocupou também, do início de 2022 ao final de 2023, o cargo de Diretor Executivo de Comunicação no Sport Club Internacional. Atualmente mantém a própria empresa, na qual desde 2021 é sócio da Coletiva,rádio, e é Gerente de jornalismo e esporte da Rádio Guaíba.

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