Falo com...
Por Marino Boeira

Estou em Berlim para falar com Rosa Luxemburgo. Nascida em Zamosc, na Polônia em 1871, foi assassinada em Berlim pelos nazistas em 1919. Filósofa marxista, economista e feminista, Rosa tem muito o que falar.
- Rosa, o feminismo se transformou num movimento identitário capturado pelo sistema burguês. O que é feminismo para você?
- "Quem é feminista e não é de esquerda, carece de estratégia. Quem é de esquerda e não é feminista carece de profundidade."
- Hoje, no Brasil, a esquerda petista pretende construir uma nova sociedade em que as diferenças econômicas e sociais continuarão existindo, ainda que atenuadas. Como você enxerga o novo mundo para os trabalhadores?
- "Sonho com um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres."
- O pessoal de esquerda petista diz que o socialismo é uma utopia e devemos melhorar o capitalismo. O que você diz sobre isso?
- "Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir, mas nós conseguiremos jovens amigos, não é verdade?
- Você é uma otimista, então, apesar de tudo?
- "Não estamos perdidos. Pelo contrário, venceremos se não tivermos desaprendido a aprender".
- Mas, as pessoas parecem hoje se acomodar com soluções política paliativas, do tipo que o Lula propõe.
- "Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem".
- Os petistas dizem que criticar as políticas conciliatórias do Lula é favorecer a direita.
- "A liberdade é quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem pensa diferente de nós.
Para encerrar, Rosa, que recado você deixa para os trabalhadores brasileiros
- "É preciso auto disciplina interior, maturidade intelectual, seriedade moral, senso de dignidade e responsabilidade, todo um renascimento interior do proletariado. Com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o socialismo."
