Falo com... 4q4g54

Por Marino Boeira 2u461b

13/05/2022 16:25 / Atualizado em 13/05/2022 16:24
Falo com...

Falo com Roger Martin du Gard, nascido em Neuilly-Sur ? Seine em 1881 e morto em Bellême em 1958, escritor e prêmio Nobel de Literatura em 1937 com seu livro Le Thibault.    - Roger, poderíamos dizer que você legou para uma humanidade, dois livros ? Le Thibault, editado em capítulos durante mais de 20 anos e O Drama de Jean Barois ? em que duas questões são fundamentais: o valor do ser humano acima das diferenças de raça e nacionalidade e o reconhecimento da sua dignidade, quando liberto da religião. Primeiro, o que você pensa da ideia de pátria?    - ?No fundo, talvez o problema da pátria não e de um problema de linguagem. Onde quer que se encontre, aonde quer que vá, o homem continua a pensar com as palavras e com a sintaxe do seu país.?    - No seu livro O Drama de Jean Barois, o personagem principal se converte à religião no final, mas quando o padre que o assiste nos momentos finais, abre seu testamento, se dá conta que a conversão não era válida. Você lembra o que escreveu, naquele testamento?    - ?O que escrevo hoje, ados os quarenta anos, em pleno vigor e em pleno equilíbrio intelectual, deve, evidentemente, prevalecer sobre o que poderei pensar, ou escrever no fim da minha existência, quando física e moralmente deprimido pela idade ou pela doença. Mereci morrer de pé, sem capitular, sem mendigar esperanças vãs, sem temer o retorno às lentas evoluções  da germinação universal. Não creio na alma humana substancial e imortal. Sei que minha personalidade nada mais é do que um aglomerado de partículas materiais,  cuja desagregação acarretará a morte dela.?    - Seus personagens principais, Jacques Thibault e Jean Barois foram, acima de tudo, lutadores pelo direito do ser humano ao exercício pleno da sua liberdade de escolha. Jacques escolhe a morte voluntária num hospital de campanha, onde está internado depois que é ferido quando distribuía panfletos contra a guerra e Jean Barois usa seu testamento para desacreditar o retorno forçado à religião. Qual a importância de fazer valer o que se pensa, mesmo que os demais pensem o contrário?    - ?Uma convicção que começa por itir a legitimidade de outra convicção adversa, condena-se à ineficácia.?    - O que é pensar ?    - ?O pensamento só começa com a dúvida.?    - O que você diz dos heróis?    - ?A vida é o único bem. Sacrificá-la é uma loucura. Qualquer ato de heroísmo é absurdo e criminoso.? 2z2x4r