Falo com...

Marino Boiera

Falo com Julius Henry Marx, mais conhecido como Groucho Marx (1890/1977).

- Groucho, você seus dois irmãos, ficaram famosos pela dezenas de comédias que fizeram para o cinema. Vez que outra, elas aparecem na televisão. O que você pensa da televisão?

- "Acho que a televisão é muito educativa. Todas as vezes que alguém liga o aparelho, vou para a outra sala e leio um livro".

- Você certamente ficou rico e ganhou muito dinheiro com seus filmes?

- "Há tantas coisas na vida mais importantes que o dinheiro. Mas, custam tanto".

- Vivemos hoje uma época de liberação sexual, cada um vivendo do jeito que escolher. Quando você era um personagem famoso no cinema, como era?

- "Eu corri atrás de uma garota por dois anos apenas para descobrir que os seus gostos eram exatamente como os meus: Nós dois éramos loucos por garotas".

- Você, certamente, como uma pessoa famosa, deve ter frequentado os clubes mais fechados do mundo?

- "Não entro para clubes que me aceitam como sócio".

- Nós aqui no Brasil nos aproximamos de mais uma eleição. O que você pensa dos políticos em geral?

- "A política é a arte de procurar problemas, encontrá-los em todos os lados, diagnosticá-los incorretamente e aplicar as piores soluções".

- Groucho, falando ainda do Brasil: e esses líderes carismáticos, como o Lula, devemos acreditar neles? "Apenas um entre mil é um líder de outros homens - os outros 999 seguem suas mulheres".

- Se fala muito hoje no Brasil em democracia e nas ameaças a sua existência. Para você, existe uma maneira de saber se ela está sólida ou não?

- "Muita gente parece não perceber que a primeira coisa que desaparece quando estão transformando um país num estado totalitário é a comédia"

- Você as vezes parece ser um descrente na humanidade.

- "Estes são os meus princípios. Se você não gosta deles, eu tenho outros".

- Para encerrar, você acredita em outra vida após a nossa morte?

- "Se acredito na vida após a morte? Não sei nem se acredito na vida antes da morte! Acho que acredito na morte durante a vida. Eu pretendo viver para sempre, ou morrer tentando. Morrer? Esta será a última coisa que farei".

Autor
Formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), foi jornalista nos veículos Última Hora, Revista Manchete, Jornal do Comércio e TV Piratini. Como publicitário, atuou nas agências Standard, Marca, Módulo, MPM e Símbolo. Acumula ainda experiência como professor universitário na área de Comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e na Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos). É autor dos livros 'Raul', 'Crime na Madrugada', 'De Quatro', 'Tudo que Você NÃO Deve Fazer para Ganhar Dinheiro na Propaganda', 'Tudo Começou em 1964', 'Brizola e Eu' e 'Aconteceu em...', que traz crônicas de viagens, publicadas originalmente em Coletiva.net. E-mail para contato: [email protected]

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