Falo com...

Por Marino Boeira

Falo com Leila Diniz - Atriz do cinema, teatro e televisão. (1945/1972)

- No dia 15 de novembro de 1969, chegou às bancas o número 22 do jornal O Pasquim, com você - Leila Diniz - sendo entrevistada por um grupo de jornalistas. Em várias ocasiões suas falas foram substituídas por asteriscos, por causa dos palavrões.

- "Eu gosto de dizer palavrões. É uma coisa normal para mim"

- Naquele ano, o Brasil vivia uma ditadura não só política, mas também cultural. O que você disse naquela entrevista que publicou tanta repercussão?

- "Você pode amar muito uma pessoa e ir pra cama com outra. Aconteceu comigo".

- Leila, como é seu modo de vida?

-"Sobre minha vida, meu modo de viver, não faço o menor segredo. Sou uma moça livre."

- Você foi casada com dois diretores de cinema, Domingos de Oliveira, que dirigiu seu primeiro grande sucesso, Todas as Mulheres do Mundo, e Ruy Guerra, mas quem você considera o melhor de todos?

- "Nelson Pereira dos Santos é o diretor de cinema mais lindo, mais maduro e mais inteligente do Brasil."

- Quando lhe perguntaram na entrevista do Pasquim sobre se o lesbianismo seria devido a falta de virilidade dos homens, você lembra o que respondeu?

- "Esse negócio de lesbianismo é uma coisa de carência afetiva. Todo mundo quer ser amado".

- Como artista que fez cinema, teatro e televisão, o que você prefere?

- "Adoro fazer cinema e televisão. Acho o teatro um saco"

- Você é um símbolo sexual para os homens. Como você se relaciona com eles?

 - "Na minha caminha, pode dormir algumas noites, mas não sempre. Nada de estabilidade"

- Pra encerrar vamos pedir que lembre algumas frases suas na entrevista ao Pasquim que ficaram famosas:

- "Todos os cafajestes que conheci na minha vida eram uns anjos de pessoas." 

- "Sempre andei sozinha. Me dou bem comigo mesma."

- "Sei que me arrisco à solidão, se é isso que me perguntam. Mas, eu sei viver assim!"

Autor
Formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), foi jornalista nos veículos Última Hora, Revista Manchete, Jornal do Comércio e TV Piratini. Como publicitário, atuou nas agências Standard, Marca, Módulo, MPM e Símbolo. Acumula ainda experiência como professor universitário na área de Comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e na Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos). É autor dos livros 'Raul', 'Crime na Madrugada', 'De Quatro', 'Tudo que Você NÃO Deve Fazer para Ganhar Dinheiro na Propaganda', 'Tudo Começou em 1964', 'Brizola e Eu' e 'Aconteceu em...', que traz crônicas de viagens, publicadas originalmente em Coletiva.net. E-mail para contato: [email protected]

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