Que inveja! Poder implodir e renascer, com mais força e ainda melhor. De modo geral, temos pequenas implosões ao longo da vida. Mas implodimos muitas vezes pedacinhos bons de nós mesmos. Isto para aguentar um chefe intolerável, mas necessário; aguentar um amor - nem tão amor, mas só se descobre depois - imprescindível; para segurar uma amizade, enfim, são todas pequenas implosões que fazemos dentro de nós mesmos.
Mas há as explosões, também. Explodimos em outras ocasiões com as mesmas pessoas com as quais tínhamos tratado de "implodir": um chefe (embora explosão com chefe seja meio arriscada?), um amor, uma amizade. Mas a explosão é um processo que acontece de dentro para fora. Tal como a implosão, ele pode ser controlado. Ou não. Se erramos, numa explosão pessoal, na quantidade de "dinamite" ou acionamos cedo demais o detonador, colocamos tudo a perder.
Como na vida, tanto na explosão quanto na implosão, tudo é uma questão de quantidade (dose) e detonador (tomar a decisão no momento certo). Falando assim, parece simples, não é? Mas vai fazer?
Temos que, diariamente, implodir e explodir. Estes dois processos vão nos aperfeiçoando como pessoas. Implodir pode significar tanto fazer ruir coisas negativas e ruins dentro de nós quanto - se aplicado de forma negativa - destruir coisas boas. Explodir, embora seja de dentro para fora, significa isto também: vamos explodindo aqui e ali, tentando fazer do mundo um lugar melhor para vivermos.
Mas e o tempo certo para a detonação? Aí a coisa complica. O tempo certo para explodir, implodir, por que será que é tão difícil? Não pode ser nem antes, nem depois. Porque o tempo, do qual somos escravos, é perecível. Ele vai e não volta, não há como renovar. Então, estamos sempre tentando acertar na medida certa, na mosca, na batata. Mas e qual é o momento certo para fazer valer a sua opinião com o chefe? Com a mulher? Com o amigo? A teoria é bonita, diz que é sempre. Mas a gente sabe que não é bem assim, aqui pra nós. Acabamos relevando, ajeitando, compondo. E muda o tempo de detonação. Mas precisamos fazê-la. Pequenas ou grandes, ao longo da vida, para sermos melhores. Como a Coletiva.Net.