Em breve, será dada a largada de uma nova campanha eleitoral
Por Márcia Martins

Dentro de 14 dias, começa a campanha eleitoral para o pleito de 2022 - um dos mais importantes dos últimos tempos, em razão do desastre da gestão de Jair Bolsonaro - em que serão escolhidos os nomes para Presidente, Governador, Senador, deputados federais e estaduais. Até lá, ainda é proibido pedir voto, tanto pela internet, eventos de campanha, caminhadas e semelhantes. Logo, a partir de 16 de agosto, será dada a largada em busca do voto a ser digitado na urna no dia 2 de outubro, para primeiro turno, e no dia 30 de outubro, para a votação em segundo turno.
É a oportunidade para o (a) eleitor (a) que não tem voto definido (nesta altura, por aproximação ou rejeição, muitos já têm) vasculhar a vida de quem coloca o seu nome à disposição para um cargo político. Com o objetivo único de não cair em armadilhas de beleza, currículo extenso e recheado de títulos pomposos e prestação de realizações em mandatos nunca efetuadas. Porque depois não adianta chorar pelas políticas públicas retiradas, pelo aumento desenfreado do desemprego, pela alta dos preços e demais mazelas.
Não é tarefa difícil e nem está ligada ao partidarismo. As redes sociais, por exemplo, fornecem um farto material para verificar o desempenho de quem já tem mandato e deseja repeti-lo, almeja novo cargo ou é iniciante na política. Se alguém indicou um determinado nome, não vá atrás só porque foi um amigo de fé que fez a sugestão. Amizade é uma coisa, o barulhinho do voto na urna eletrônica é outra totalmente diferente.
Embora exista discordância em relação à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, que se inicia no dia 26 de agosto, ela também pode funcionar como alerta para evitar o voto equivocado. Particularmente, conforme minha agenda, acompanho a campanha eleitoral na TV (quando eu morava com minha mamãe, ela estranhava essa "minha perda de tempo", nas palavras dela). Por isso, tenho uma certa memória de quem prometeu, em eleições adas, o mundo maravilhoso de Alice e nunca ergueu a voz para defender sua plataforma.
Nesta eleição, como militante do movimento feminista e preocupada demais com o avanço da discriminação, preconceito e misoginia no Brasil patriarcal, entendo como fundamental o aumento da participação das mulheres na política. Nós, mulheres, representamos mais de 51,8% da população e 52% do eleitorado brasileiro. No entanto, continuamos sendo minoria na política. Inexplicável.
O pleito de 2022 pode e deve mudar este retrato. Mulheres, uni-vos! Pesquisem e votem em mulheres, mas que sejam comprometidas com as nossas lutas. Companheiras, me ajudem que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com vocês ando melhor.