Desilusão e mudança
Leu um texto de Renato Dalto sobre Sartre pelo centenário do filósofo e professor e pesquisou na internet. Havia uma certeza desconhecida no ar. …
Leu um texto de Renato Dalto sobre Sartre pelo centenário do filósofo e professor e pesquisou na internet. Havia uma certeza desconhecida no ar. Essa melancolia? essa atmosfera pesada de um ambiente em que o mundo te decepciona. Todos precisarão urgentemente escolher algo em que acreditar. O show must go on, dizia o mestre de cerimônias.
Fu Lana não fazia mais turismo porque agora seguia a orientação dos companheiros do Rio, que através da poesia querem combater o turismo em nome da própria sobrevivência.
Lendo apenas fotos e legendas, fazia assim sua visão do mundo. Havia coisa mais completa? Fu Lana ava os olhos nos jornais e lia feito franco-atiradora. Na internet, via google, estava a ler um livro gigante. Ia por nomes.
À procura de Sartre, a partir do Renato. Tudo era um pretexto.
Entre o ser e o nada, preferia o nada. Temia dar ineficiência ao caminho do homem. Não se considerava um bom espécime. Pelo menos, não sabia escolher. Não faz muito, abanava bandeiras vermelhas nas esquinas. Tinha esperança de algo. Acreditava que havia um conceito a seguir. Aceitava até em uma ordem por progresso. Porém, os ideais caem pouco a pouco por terra. Para ela, e para muitos. Não se pode acreditar nem em um partido?
As ovelhas seguem o líder. Naquele rebanho, quando o líder se atira no abismo, elas escolhem outro.
Fu Lana decidira mudar. Esquecer seus devaneios e preocupar-se mais com a realidade. Seguir a orientação de grandes pensadores e escritores. Afinal, tudo é uma questão de palavras. Qualquer discussão semântica hoje é mais profícua do que lidar com fatos.
Se não existe um caminho determinado a seguir, as decisões são muitas. O que leva a crer que o homem segue alguma orientação pela sobrevivência. É preciso adicionar ao organismo muito otimismo. A renovação de pensamentos deve ser enérgica.
Se ela não era uma determinista, se o caminho não existe, a regra é o não-caminho. O indivíduo deve, pelo menos em reação à morte, tentar sempre acreditar em algo, ou em alguém, em música, poesia. Desligue a televisão. Leia sobre palavras de origem das palavras, tais quais ânima ou ninguém. O ato de escrever a a ser policialesco. Fu Lana escreve lendo as linhas com o olho no relógio. Traça um caminho, porém, muda as pegadas. Pegadas em um caminho de areia. Tal qual Casa de Areia, dunas virgens. É hora de mudar. Faz Psol.