Depois da festa, a ressaca
A 9 de novembro de 1989, o “chanceler da unificação das duas Alemanhas”, Helmut Kohl, prometeu aos “irmãos do Leste” um salto na economia …
A 9 de novembro de 1989, o "chanceler da unificação das duas Alemanhas", Helmut Kohl, prometeu aos "irmãos do Leste" um salto na economia que, em poucos anos, aquele lado se equipararia à Alemanha Ocidental. ados 20 anos, apesar das reuniões, festejos e declarações eufóricas, a realidade é bem outra.
"Os Estados da antiga Alemanha Oriental precisam de no mínimo mais 10 anos para conseguir um desempenho econômico comparável ao das regiões do lado ocidental", avalia Michael Huntner, diretor do Instituto de Economia Alemã, situado em Colônia, especializado em pesquisas econômicas. E cita:
? As antigas regiões comunistas têm o dobro de desempregados e uma renda per capita que equivale a 70% dos Estados do Leste, com uma população que se desenvolve lentamente.
? Mas existe uma boa constatação. Ao se olhar para o desempenho das nações da antiga União Soviética, observa-se que a antiga República Democrática Alemã, a RDA, está melhor situada, mas não de acordo com o que dela se esperava.
Desilusão com o capitalismo
A desilusão com o capitalismo se estendeu no mundo 20 anos depois da queda do Muro de Berlim, que simbolizou a decadência do comunismo na Europa Oriental, segundo pesquisa publicada pela BBC na última semana. Apenas 11% dos entrevistados acham que a economia capitalista funciona corretamente, enquanto 51% acreditam que suas falhas podem ser resolvidas. A pesquisa ouviu pessoas de 27 países, incluindo o Brasil.
"Parece que a queda do Muro de Berlim em 1989 pode não ter sido a vitória arrasadora do capitalismo e da ideia de livre mercado, como se acreditava então, em particularmente com a crise recessiva do último ano", analisou Doug Muller, presidente do Instituto GlobeScan, que realizou a pesquisa. "Algumas características do socialismo, como os esforços para igualar a riqueza, continuam atraindo muita gente em todo o mundo", declarou Steven Kull, da Universidade de Maryland, que participou da pesquisa.
O pai do Muro
Ninguém sabe com absoluta certeza quem foi o pai da ideia, se o premiê soviético Nikita Krushev ou se Erich Honecker, na época secretério de Segurança do Comitê Central, que nem seria simpático à sugestão, mas assinou a ordem para fechar a fronteira em Berlim. No dia seguinte, fossos começaram a ser cavados, rolos de arame farpado especial estendidos, holofotes e metralhadoras instalados, ocupando uma área com 3,5 metros de altura e sete de largura. O resultado é que mais de 200 cruzes marcam os locais dos que tombaram na tentativa de furar o bloqueio estabelecido pelo Muro de Berlim.