Como ajardinar um jardim sem jardineiro nem jardinagem
Vocês aí ? e nunca eu aqui ? sabem bem como fazer florescer coisas defronte às suas casas, em suas avarandadas varandas, nos seus …
Vocês aí - e nunca eu aqui - sabem bem como fazer florescer coisas defronte às suas casas, em suas avarandadas varandas, nos seus alpendres alpendrados ou em suas sacadíssimas sacadas. Minha única contribuiç?o é informar vocês (que n?o conhecem a flora que eu conheço) quais plantas n?o plantar: as que têm o desplante de desmanchar prazeres botânicos, de enfear canteiros, de deflorar as expectativas primaveris. Selecionei alguns tipos típicos: Escapulidas - Notáveis pela ausência. A qualquer momento, se retraem, encolhem, somem do canteiro, caule e tudo, como se jamais tivessem existido ali. (Texto original de outras primaveras) |
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É sempre assim. Ou chove chuva ou chove flores roxas. Ou, como dizia o Quintana, os leitores esgotam livros ou livros esgotam os leitores. Ou venta ou nos abanamos. Ou arinhos trinam ou bandas treinam. Ou os besta-sellers dominam ou os autores gaúchos domam. Ou a praça ganha apreço ou o preço vence a praça. Ou há filas de autógrafos ou cáfilas de retrógrados. Ou abençoamos os toldos ou bem-aventurados os saldos. Ou os amigos se encontram ou os encontrões fazem inimigos. Ou barracas cheias ou cheios das barracas. Ou prosa impressa nas m?os ou impress?o de poesia no ar. Ou compramos obras ou comparamos sobras. Ou as bancas disputam o público ou o público disputa os bancos. Ou os iradores soam ou os escritores suam. Ou cafezinho ou chopinho. Ou descontos ou desencontros. Ou leio ou me enleio. Ou vamos à Feira do Livro ou a Feira do Livro vem a nós. Ou sineta ou silêncio. Assim sempre é. |
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