Ok, Katia. Você venceu. Fu Lana precisa aprender que tudo é um processo e que sempre se deve dar mais um tempinho para ver como é que fica. Camarote, quando recém surgiu, Fu Lana não perdoou. O casal de apresentadores não funcionava. Ela, superfora do próprio estilo; ele, vamos combinar, meio sem sal.

Finalmente, o Camarote encontrou a sua cara. A cara da Katia. O jeito dela. Sem aquela produção tigre-hiper-fashion, sem a trava que acompanha tudo que não é natural. O programa de tevê até recebeu de um companheiro de estação, Tatata Pimentel, o carinhoso apelido de Kama Sutra, pela sonoridade do nome Katia Suman e pelo fato de ser realizado numa espécie de sofazão metido a besta, que bem poderia, quem sabe, ficar um pouco mais confortável.
O programa ganhou personalidade. A da Katia, é claro. Uma risada contagiante, comentários procedentes, coragem de perguntar o que vier na telha, muito timing, jogo de cintura e, às vezes, uma exigida cara-de-pau é tudo que transforma a programação em uma opção muito divertida.
Fu Lana reconhece. Mas é preciso também itir que a danada tinha razão. Tudo do que ela se queixava, acabou mudando. Afinal, o consciente também é coletivo.
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Impossível assistir a Manhã Transfigurada, o filme de Sergio de Assis Brasil, sem fazer uma crítica solidária. Seja pela situação delicada do diretor ter falecido pouco antes de finalizá-lo; seja pela coragem do produtor executivo Álvaro de Carvalho, que levou a obra ao produto final; pela mobilização de uma cidade inteira por sete anos; pela apresentação exclusiva de atores locais, alguns em seu primeiro trabalho em cinema; ou pelos poucos recursos com que foi realizado. Acabamos conquistados por todos esses argumentos e não há isenção para a crítica. O filme terá de ser apreciado longe de casa, como um filho que precisa se afastar da família para testar a sua própria capacidade. A região de Santa Maria, no entanto, nunca foi apresentada de maneira mais bela.