Campanha justa e urgente
O Machado Filho, jornalista e caráter da melhor qualidade, lançou, faz cerca de duas semanas, uma campanha em favor da Casa do Artista Riograndense. …
O Machado Filho, jornalista e caráter da melhor qualidade, lançou, faz cerca de duas semanas, uma campanha em favor da Casa do Artista Riograndense. Estive no local uma vez, saí triste demais. E nunca mais voltei a me preocupar com o assunto porque, afinal, há tanta coisa em volta que nos ocupa e alguém haveria de dar uma mão para aqueles que, um dia nos ajudaram a esquecer as mágoas exercendo sua arte.
Agora, levo fé que a sociedade se mobilize com a devida atenção e consideração para cuidar do caso. O Machadinho está esperando ajuda principalmente no que toca a sugestões. Ele quer, acima de tudo, unir em torno de uma boa causa. Mails para [email protected].
Transcrevo, aqui, o que meu querido colega publicou em seu site sobre a Casa e sua iniciativa.Vamos ajudar.
"Casa do Artista Riograndense
A Casa do Artista Riograndense está com a lotação (quase) esgotada. Nessa pitoresca república fundada em 1949 no bairro Glória, em Porto Alegre, cabem onze pessoas, mas atualmente fazem parte do elenco nove moradores de 60 a 84 anos. São atores mais ou menos inativos que já tiveram seus momentos de brilho em palcos, arelas, picadeiros e estúdios de filmagem ou gravação, mas não abrem mão do direito de trabalhar. Ali, ninguém se considera carta fora do baralho. Eternamente na berlinda, alguns fazem bicos, outros pontas, de preferência na atividade artística original. Os que não têm mais força para perseguir a fama e a fortuna como em outras temporadas satisfazem-se contando ricas histórias pessoais que dariam bons enredos para contos, novelas ou romances. O que nem sempre existe é plateia para tantos corações solitários.
O texto acima está no site da Casa do Artista e dá uma pequena ideia da importância da instituição para aqueles que, de alguma forma, estiveram presentes na vida de muitos de nós. Gente que brilhou, que fez sucesso e, por motivos que nem queremos julgar, hoje estão vivendo praticamente de favores e da boa vontade de poucos.
Depois de ler uma matéria publicada no Correio do Povo, pensei e decidi começar uma campanha em favor da Casa do Artista Riograndense. Liguei para o presidente da Casa, Luciano Fernandes e, depois, falei com um de seus moradores, Carlos Alberto de La porta, ator que fez grande sucesso em novelas de rádio e na televisão.
Conversei com meu parceiro, jornalista Paulo Pruss, do Porto Alegre Personagens e agora vou tratar de envolver mais jornalistas, artistas, blogueiros, até criar uma consciência de que Porto Alegre e o RS precisa ajudar a Casa do Artista Riograndense. Uma campanha séria, grande e que ultrae os limites da simples, mas sempre bem vinda, arrecadação de alimentos, roupas etc.
E já começo pedindo a participação de todos os que, de alguma forma, entendem que é necessário manter viva a dignidade de artistas que encantaram gerações através de seu trabalho. Os "velhinhos" que hoje moram na Casa do Artista, fazem parte da memória cultural da cidade e não podem ser esquecidos e tornados dependentes da caridade de poucos.
Quem quiser ajudar com ideias e sugestões, por favor mande um email para o machadofilho.com que haveremos de encontrar uma forma de trabalhar em conjunto."
Aposentado com um salário, De La Porta está tentando elevar seu pecúlio pois durante anos contribuiu sobre sete salários. Diz que conhece a Casa do Artista desde a fundação. Acalenta um sonho, construir um teatro de bolso ou levantar um palco-auditório no terreno defronte à república. Assim a maioria não precisaria sair de casa para estudar, ensaiar ou apresentar-se. O mais difícil é conseguir a adesão dos colegas de moradia. A maioria é muito individualista, isola-se nos próprios quartos ou envolve-se em trabalhos fora da casa.
Retirado do site da Casa do Artista, o texto dá uma ideia do quanto é possível fazer. Basta que as pessoas, as autoridades culturais, os empresários, doem uma pequena parcela para que a gente consiga transformar o sonho de quem tanto nos fez sonhar, em realidade. Conto, a partir de hoje, com o sentimento solidário de todos para recuperar o orgulho dos gaúchos por seus ídolos e, principalmente, a esperança daqueles que hoje moram na Casa do Artista Riograndense.
Machado Filho - 16/01/2012