Brasileirão ou Copas?

Por Rafael Cechin

A situação da tabela da Série A depois das primeiras rodadas mostra uma dupla Gre-Nal coadjuvante, buscando espaço. Seja pelo jejum sem títulos ou por traumas antigos e recentes das duas torcidas, começa um debate que para mim é prematuro: devemos priorizar o Brasileirão e deixar Libertadores, Sul-Americana e Copa do Brasil de lado? Acredito que não.

O Grêmio renovou as esperanças de um futebol melhor com a chegada de Mano Menezes. O início não teve resultado, teve desempenho. O tricolor evoluiu sobre ele mesmo, ainda que não tenha conquistado vitórias e esteja abaixo do que a torcida espera ou merece. A discussão sobre abrir mão das Copas para evitar o já presente risco de rebaixamento, para mim, é muito mais creditada ao fantasma de ter caído três vezes para a Série B do que propriamente por uma ameaça real agora.

Estar no Z-4 incomoda muito, eu sei, todo mundo sabe. Só que achar que não existem outros times piores do que o Grêmio é demais. Não condiz com a realidade do campeonato. Pode seguir lutando pela Sul-Americana e pela Copa do Brasil, sim senhor.

O Mano fez pequenas alterações na escalação e ou a ocupar mais espaços no campo. O meio-campo agora participa das jogadas, o que não estava ocorrendo há tempos, quando o Renato era técnico. Tem muito a melhorar, claro.

O Braithwaite precisa voltar ao seu melhor, o Villasanti idem, os pontas podem entregar mais, a defesa deve dar mais segurança. Os pontos perdidos com o novo comando ficam na conta do Jemerson e do Volpi, o que é sinal de que as soluções coletivas começaram a aparecer, resta solucionar o individual.

A vitória sobre o Juventude por 3 a 1 de virada voltou a colocar o Inter no bolo entre os candidatos ao título do Brasileirão. Claro que ainda longe, talvez não em pontos, em qualidade, do líder Flamengo e do próprio Palmeiras, mas os colorados têm os favoritos ao seu alcance até a parte final do campeonato. E já enfrentou uma sequência bem complicada nas primeiras rodadas.

O que vem pela frente é dificuldade, principalmente pelo calendário muito agitado, até que tudo pare em junho para a disputa do Mundial de Clubes. A distância é de cinco pontos para o primeiro colocado. Dá para tirar. O técnico Roger Machado tem encontrado boas soluções para os problemas durante os jogos.

O Alan Patrick e o Bernabei, as principais jogadas do time, seguem bem marcados e agora são melhor auxiliados por Tabata, Wesley, Gabriel Carvalho, Vitinho, Borré, Valencia e companhia. Tudo com a consistência e a de Fernando, que tem se tornado o melhor jogador da temporada, mesmo com Alan Patrick sendo protagonista.

Até onde vai o Inter? Não tem como saber. O bom sinal é que segue embalado, com muito respeito dos adversários. É bastante coisa. No caso dos vermelhos, não acredito ser necessário por enquanto priorizar Brasileirão ou Copas. Vai com tudo, até quando der. Que a gangorra continue, por muito tempo, em todas as competições de 2025. Oremos.

 

Comments