As parabólicas de Cuba

Os cubanos estão apresentando uma criatividade excepcional nas comunicações. Como informa a Reuters, constroem clandestinamente parabólicas de vime e metal, e chegam até a …

Os cubanos estão apresentando uma criatividade excepcional nas comunicações. Como informa a Reuters, constroem clandestinamente parabólicas de vime e metal, e chegam até a alugá-las. A Reuters foi a única agência que noticiou o fato. A "clandestinidade" é tolerada pelo regime. Recentemente, o governo alertou a população contra seu uso, por meio das quais os Estados Unidos poderiam transmitir notícias nocivas devido à doença de Fidel Castro. Pode haver até 10 mil parabólicas ilegais em Cuba, cada uma ligada talvez a centenas de televisores por cabo instalados pelos proprietários nos telhados. Segundo a Reuters, a conexão custa dez dólares por mês.


Muitos dos consumidores destas televisões ficaram atônitos aos verem seus compatriotas dançando e cantando, enquanto na ilha há tristeza e preocupação com a saúde de Fidel Castro. O Granma, órgão oficial do Partido Comunista, transmitiu o alerta à população na quarta-feira ada, 2, sobre o uso de parabólicas. É através delas que os cubanos vêem estas cenas, geradas em espanhol pelos exilados cubanos. As notícias do Granma costumam preceder a medidas mais rigorosas, que oscilarão conforme a doença de Fidel


A MURALHA DA CHINA


Na China se encontram poucos vestígios da criatividade demonstrada pelos cubanos, embora ambos os países sejam comunistas. Pelo contrário. Os serviços de busca chineses do Google, Microsoft (MSN) e Yahoo! não permitem o o no país a sites de empresas estrangeiras, segundo informou no último dia 10 a agência EFE. O o é negado, por exemplo, para a rede BBC, e o jornal New York Times. As informações são resultado de pesquisa da Human Rights Watch (HRW). A situação no Yahoo! é a pior, mostrada na minuciosa análise sobre a colaboração das companhias para transformar a censura chinesa na mais potente e sofisticada do mundo.


O relatório, de 149 páginas e intitulado "Cumplicidade corporativa na censura chinesa à Internet", analisa quatro multinacionais do setor - Yahoo, Microsoft, Google e Skype - em comparação com uma concorrente chinesa, a Badu. Os níveis de censura da Yahoo! são semelhantes aos do Badu, diz o relatório. Pelo endereço em Yahoo! só se tem o a oito dos 25 sites que a  HRW analisou. No relatório das buscas, o Yahoo! só informa "que os resultados adicionais foram filtrados". As tentativas de entrar nos sites da emissora Radio Free Asia e do New York Times resultam em mensagens de erro. Os resultados chegam a ser piores do que os do Badu, que dá o a nove dos sites pesquisados. Mas censura também a BBC, Radio Free Asia e a própria HRW. Das 25 buscas no MSN, só 15 produziram resultados. O MSN afirma "que alguns dos resultados da busca foram eliminados".


HONESTIDADE (?) DO GOOGLE


O Google permite que apareçam 17 dos 25 endereços procurados e informa da censura ao internauta: "De acordo com as leis locais, uma parte da busca não aparece". Entre os endereços negados estão os da Campanha Nacional do Tibet, o da BBC e o da HRW. Na versão chinesa do sistema de conversa Skype, as mensagens censuradas são com a palavra "crítica" ao regime. Cada empresa se associou à censura de forma diferente. A justificativa é de que é preciso atuar dentro da lei chinesa. Mas nenhuma delas soube explicar a que lei se referem. São decisões próprias para agradar o regime, disse  HRW.


Só o Yahoo! aderiu ao "Compromisso público para a autodisciplina na indústria chinesa da Internet", proposto pela Sociedade Chinesa da Internet. As ligações da Microsoft com o poder são diretas Na China, a empresa de Bill Gates está associada à Shanghai Alliance Investment  Ltd para oferecer o MSN desde maio de 2005. A parceria é istrada por Jiang Michaeng, filho do ex-presidente da China Jiang Zemin. No caso do Google, um bloqueio sofrido em 2002 por parte do governo chinês parece ter obtido seu efeito, já que, segundo a HRW, também é um caso de autocensura.

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