Ah, Xuxa, deixa dixo!

Esta semana o assuntinho do momento no twitter foi a patada de Xuxa no povo que ousou debochar de sua Sasha que escreveu, numa …

Esta semana o assuntinho do momento no twitter foi a patada de Xuxa no povo que ousou debochar de sua Sasha que escreveu, numa tuitadinha de pré-adolescente, que ia para a "sena" em vez de "cena" de filmagem. Obviamente, os malvadinhos de plantão deitaram e rolaram no erro da garota de 11 anos. Mamãe veio em socorro, tipo fera-ferida, e fez beiço, mandou o povo à merda e disse "fui", e algo do tipo vocês não merecem falar comigo e com meu anjo. Ai, que coisa linda!
Viram o que chegar aos píncaros da glória depois de sair de Santa Rosa, ser incentivada pela genitora a posar pelada, bancar a rainha dos baixinhos (depois de, no cinema, ter ensaiado ser a princesa da baixaria, só que faltou talento), fazer escada em Pelé (bem feito!) e agora estar ficando a cada dia mais parecida com vovó, com aquele tipo de pele que não tem plástica que resolva? Viram o que dá idolatrar estas tipas?
Ok. Vou com calma, porque me lembrei de outra coisa: e se o fã da criatura que postou um desabafo de moça magoada no youtube e curte seus 15 microsegundos de fama, rastrear esta crônica e resolver me espinafrar também, na base do "mexeu com Xuxa, mexeu comigo"? Tremo nas bases só de pensar!
Foi engraçado e triste, ao mesmo tempo, ver esta senhora já patusca exercer seu direito de defender a cria alegando que as pessoas, burras que são, até porque a idolatram, esqueceram que Xaxa, digo, Sasha, foi alfabetizada em inglês. Como então que a outra burra, a morena, que foi esperta para fazer filho com Mick Jaegger e casar com o chefe, fez escola! Sim, porque Luciana Gimenez vai morrer caduca dizendo que fala errado porque se confunde com seu exemplar inglês.
Como é bom viver as delícias da Internet. Sem ela, como eu iria ar minhas horas de pesquisa sem poder relaxar espiando nos blogs, nos sites, portais e twitter? E ninguém me venha com papo de que as ferramentas do progresso deveriam servir para educar melhor os usuários ao menos. Já ei desta fase há hora. Tudo tem mais é que dar lugar ao riso.
Estamos rindo pouco demais, hoje em dia. Temos de rir mais. Por isso, sou grata a Susha, quer dizer, Xuxa, e sua filha com nome tãooooo brasileiro: elas me fizeram rir, assim como o palhaço que fez um vídeo de quatro longos e ináveis minutos para defender sua ídola. Estamos todos no mesmo barco, acho fantástico ser ridículo e pobre de quem vive com medo de sê-lo. O ridículo é o mais alto degrau de nossa condição humana.
Micos são excelentes para reeducar o espírito e nos recolocar no prumo. Claro que alguns não fazem uso deste benefício, como a loira que perdeu o trenzinho aquele da História e continua fazendo filme ruim - com certeza com patrocinadores muito bons.
Pena que ela tenha desistido do twitter e retirado seus impropérios do ar. Se ela continuasse, seria sua seguidora e a ela recorreria em cada momento de tristeza, para alegrar minha alminha de mãe de dois filhos que, sim, quando eram crianças, muito ouviram "tá na hora, tá na hora" e outras pérolas da música brasileira na voz eternamente infantil da ex de Marlene Mattos - ex no sentido de empresariada, nada mais! Aliás, a ex (empresária) deve estar rindo muito das trapalhadas de sua não mais amiga íntima e de sua afilhada que trilha o mesmo caminho da mãe. Um dia, tudo isso vai virar livro, escrevam o que estou dizendo. Ué, se até Galisteu já escreveu um, qual a razão pra Xuxa não cometer o seu? E volto ao twitter, agora: quem sabe, a loira perdoou seus críticos e voltou e nos brindará com mais material pra deixar nosso final de semana mais alegre?
 

Autor

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Maristela Bairros já atuou como redatora, repórter, editora e crítica de teatro nos principais diários de Porto Alegre, colaboradora de revistas do Centro do País e foi produtora e apresentadora nas rádios Gaúcha, Guaíba AM, Guaíba FM e Rádio da Universidade, assessora de imprensa da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Cultural Piratini. É autora de dois livros: Paris para Quem Não Fala Francês e Chutando o Balde, o Livro dos Desaforos, ambos editados pela Artes & Ofícios.

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