Há muito pretendia conhecer Dresden, no leste da Alemanha. A capital do estado da Saxônia existe desde de 1743 e ficou conhecida como a Florença do Elba pela riqueza dos seus museus de arte. 231c1m
Mais do que essa reverência a um ado tão distante, Dresden permanecia na minha memória pelo que aconteceu com ela no final da Segunda Guerra. Como Hiroshima e Nagasaqui, no Japão, Dresden era uma cidade sem maior importância militar, mas foi escolhida como alvo pelos Estados Unidos e Inglaterra para apressar o fim de uma guerra que já estava terminando.
No início de 1945, o nazismo chegava ao fim e a Alemanha estava sendo derrotada pelo avanço inexorável do Exército Vermelho rumo a Berlim.
Americanos e ingleses queriam a todo custo obter a rendição incondicional dos alemães, para impedir que a União Soviética chegasse à mesa das negociações pós-guerra na condição de grande vencedora.
Só que Hitler resistia e seus generais não tinham força para um acordo em separado com os ocidentais.
O bombardeio de grandes cidades como Hamburgo e Dresden era o ultimato definitivo aos nazistas.
No dia 13 de fevereiro de 1945, 800 aviões da Força Aérea Britânica, a RAF, despejaram durante a noite 4 mil toneladas de bombas incendiárias sobre o centro da cidade.
No dia seguinte, mais 500 aviões americanos completaram o serviço, atingindo áreas fora do centro.
A cidade foi transformada num inferno de fogo. Mais de 25 mil pessoas morreram vítimas do desabamento dos prédios ou sufocadas, já que os incêndios exauriam todo ar.
Em 2015, quando estive em Dresden, a cidade de 500 mil habitantes já recuperava todo o seu esplendor e na praça central, onde está a grande igreja de Fraunkirche, construída em estilo barroco e diante da estátua de bronze de Martinho Lutero, eu vi e ouvi um pianista tocando uma sonata de Beethoven.
O bombardeio, inútil para o destino final da guerra, nunca foi visto no Ocidente como um crime de guerra.
O início, em seguida, da chamada Guerra Fria, justificou tudo (Essa e outras histórias estão no livro Aconteceu em... à venda na Livraria Bamboletras, no shopping Nova Olaria.)