A guerra da mídia
"The Jesularem Post" acusou recentemente a BBC de "realizar uma campanha para desmoralizar Israel". A guerra no Líbano não está mais sendo lutada apenas …
"The Jesularem Post" acusou recentemente a BBC de "realizar uma campanha para desmoralizar Israel". A guerra no Líbano não está mais sendo lutada apenas no solo, mas também na mídia, com uma certa virulência. "Os dois lados queixam-se apaixonadamente de serem vítimas de duplos critérios", diz o Financial Times. "É impossível medir por milésimo de segundo uma cobertura, ou melhor, seu impacto", reclamam os ses no Le Monde. A "guerra da mídia" está sendo coberta com maior eficiência por estes três veículos. Árabes e israelenses reclamam sobre o espaço que lhes cabe.
Um escritório independente encomendado recentemente pela BBC não confirmou um viés sistemástico contra Israel. Na verdade, uma análise quantitativa da cobertura da BBC concluiu que os porta-vozes israelenses conseguem mais tempo no ar do que os palestinos "e que a morte de um israelense por palestinos tinha mais probabilidade de ser divulgada do que a morte de um palestino por israelenses". Ao que contrapôs "The Jerulasem Post": "Fala-se muito do punho de ferro de Israel".
A MORALIDADE
"Os que ainda duvidam de que a mídia ocidental leva as mortes israelenses mais a sério do que as mortes árabes poderiam realizar um simples exercício de pensamento", argumentam os ses. "Qual teria sido a reação do Ocidente se houvesses relatos verossímeis de que centenas de crianças israelenses haviam sido mortas pelo Hezbolah, e se centenas de milhares de israelenses tivessem se transformado em refugiados?"
Para o Financial Times, o argumento da tendência anti-israelense se baseia muito mais do que o tempo de divulgação de certas emissoras. Fala sobre "equivalência moral". Ou seja, os pais de uma criança libanesa poderiam achar difícil que a morte de seu filho não é "moralmente equivalente" à morte de uma criança israelense. Desde setembro de 2000, segundo a ONU, cerca de 4.200 palestinos e 1.100 israelensenes. Sempre segundo a ONU, desde 2003 mais de 1.000 pessoas foram mortas na região de Darfur, no Sudão, e mais de 2 milhões transformaram-se em refugiados, e não mereceram quase nenhum espaço. "São o território, as etnias e o petróleo que tornaram a guerra árabe-israelense tão visível", diz The Economist.
"O HOMEM BRANCO"
"Partidários de ambos os lados têm suas teorias", diz o Herald Tribune. "O lobby árabe queixa-se de que a mídia americana é controlada por sionistas". Mas ambas as coberturas americanas e européias do conflito do Oriente Médio (Le Monde), enquanto diferentes em tom, compartilham os mesmos valores básicos do noticiário. Segundo o Financial Times, o sofrimento de Israel em primeiro lugar, o sofrimento causado pelos israelenses em segundo, e o sofrimento em partes obscuras do mundo, e como Darfur, em terceiro. Parte da explicação vem da abertura permitida por Israel e Líbano. Em parte, tem a ver com o temor europeu e americano de sofrer as conseqüências de uma guerra no Oriente Médio. Os sudaneses podem matar-se durante cem anos sem que Nova York ou Londres se sinta ameaçada.
Para o Financial Times, talvez exista um último motivo que poderia ser chamado de "síndrome do homem branco". Israel é uma sociedade ocidental avançada. As mortes de pessoas lá provavelmente parecerão mais imediatas e mais chocantes para os cidadãos de sociedades semelhantes. "Alguém como eu morre é talvez uma grande notícia". "Mas alguém como eu também mata" também é uma grande notícia. Os israelenses estão "recebendo um cumprimento" por serem considerados pelos mesmo padrões que todas as democracias ocidentais. A guerra mata ou fortalece este conceito? A mídia ocidental e oriental certamente tem sobre o que refletir.