A esperança está projetando o amanhã

Por Elis Rann

Tem um dito que diz que "o brasileiro não desiste nunca" e é muito utilizado para retratar a força da crença, da persistência da população.

É justamente essa esperança que tenho visto retratada em pesquisas quantitativas e qualitativas realizadas pelo IPO - Instituto Pesquisas de Opinião no RS, no mês de maio.

As palavras esperança e otimismo estiveram presentes nas falas de 5 em cada 10 gaúchos entrevistados. Estou falando que a metade dos gaúchos acreditam em dias melhores, avaliam que a sua vida e de sua família irá melhorar até o final do ano.

E os motivos que justificam essa percepção positiva pera diferentes lógicas: a pelos sonhos pessoais de cada um, pelo papel da fé, em alguns casos está ancorada em um projeto profissional ou até mesmo na eleição.

E essa boa vibe está associada a uma vontade imensa de superação, de dar a volta por cima, após dois anos de pandemia. Os que estão com a esperança em alta, motivados por um sonho pessoal, estão dando muito valor a retomada da vida em sociedade. Estão felizes por conseguirem fazer coisas cotidianas como ir à escola, ao trabalho, às festas ou simplesmente visitar familiares. Nesse grupo há aqueles que pensam em mudar o status do relacionamento ou até aumentar a família. Muitas pessoas desse grupo estão com problemas financeiros, mas o otimismo move a perspectiva de que tudo isso irá ar.

Tem aqueles que trazem a religião como principal narrativa, mostram resiliência e muita perseverança. Creem que "depois da tempestade vem a bonança" e os dias melhores, que se aproximam, serão acompanhados de boas lições, de importantes ensinamentos para a humanidade.

Os que se movem por objetivos e traçam metas estão inspirados com as possibilidades que o mercado de trabalho está oferecendo, estão esperançosos com seu crescimento profissional. Sinalizam que são proativos e dedicados ou com muita inspiração empreendedora. Estão com muita boa vontade e se sentem como parte desse processo de melhoria. Acreditam que se cada um fizer a sua parte o mundo será um lugar bem melhor.

Ainda analisando a metade que está otimista com o futuro próximo, tem uma galera que está de olho no resultado da próxima eleição. Tem aqueles que acreditam que os dias melhores estão associados à eleição de Lula e aqueles que sonham com a reeleição de Bolsonaro.

Os que colocam suas fichas em Lula, acreditam que o Ex-Presidente terá condições de estabilizar a economia, tirar muitas pessoas da miséria e propiciar o crescimento econômico das famílias. Com um sentimento de nostalgia, lembram da época em que se falava da "nova classe C" e têm esperança de que esse período volte, acompanhado de muitos programas sociais.

Aqueles que mostram confiança na vitória de Bolsonaro salientam que a reeleição é necessária para que o atual Presidente consiga cumprir todas as suas promessas, especialmente as relacionadas às reformas de que o Brasil tanto precisa para ser mais justo, garantindo as "quatro linhas da constituição" para todos os brasileiros.

Autor
Elis Rann é cientista social e política. Fundou o IPO - Instituto Pesquisas de Opinião em 1996 e tem a ciência como vocação e formação. Socióloga (MTB 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e tem especialização em Ciência Política pela mesma instituição. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Elis é conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) e Conselheira de Desburocratização e Empreendedorismo no Governo do Rio Grande do Sul. Coordenou a execução da pesquisa EPICOVID-19 no Estado. Tem coluna publicada semanalmente em vários portais de notícias e jornais do RS. E-mail para contato: [email protected]

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