A difícil vida dos jovens na era da informação 3b533

Por Elis Rann 494h4v

27/02/2024 15:53
A difícil vida dos jovens na era da informação

É só parar e observar momentos cotidianos como uma fila de universitários esperando o ônibus, amigos na mesa de um bar ou até adolescentes no restaurante com os pais, a cena será a mesma: todos com o celular na mão! 2j441h

Hoje em dia, os celulares se tornaram uma extensão de nós mesmos. Seja para verificar mensagens, redes sociais, ou até mesmo tirar fotos, eles estão sempre presentes. É como se fossem nossos ?companheiros digitais?, nos conectando ao mundo e às pessoas, mesmo quando estamos fisicamente separados.

Depois de pensar no que percebemos no nosso dia a dia, temos que parar e refletir sobre o nosso julgamento, nosso juízo de valor sobre a atual juventude. Nas pesquisas qualitativas com grupos focais realizadas pelo IPO ? Instituto Pesquisas de Opinião, é comum ouvirmos críticas sobre a displicência, a falta de interesse e de atenção dos jovens para com os seus familiares e para com os desafios da realidade. ?Estão sempre no mundo virtual?, na nossa época se dizia: ?estão sempre no mundo da lua!?

E quando falamos em jovens, temos que olhar para dois grupos geracionais. Parte da geração Y, nascidos entre 1981 e 1996, em que a internet imprimiu outra dinâmica nas relações, tráfego de informações e o modo de interagir. E, principalmente, a geração Z, nascidos entre 1997 e 2010 ? são conectados, dominam a tecnologia, têm alto consumo e compartilhamento de informações e são considerados nativos digitais.

Como essa galera nasceu mais conectada, por um lado é mais fácil ou natural para eles a adaptação ou a integração do mundo digital. Por outro lado, estão mais suscetíveis à influência da internet e sofrem com problemas e medos que, muitas vezes, não temos a capacidade de perceber:

1) Vivem uma realidade de excesso de informação. Já dizia o dito, que quem tem tudo, não tem nada. E é mais ou menos assim, os jovens de hoje têm tanta informação que precisam selecionar ou filtrar o que irão consumir e essa situação dificulta a vida deles. Muitas vezes acabam entrando na ?bolha da bolha? e enxergam o mundo por telas muito limitadas.

2) Sofrem com a pressão social constante nas redes. Poucos anos atrás, um jovem sofria bullying na escola ou na rua, chegava em casa e tinha o seu porto seguro. Hoje em dia não é bem assim, a gurizada pode estar na rua ou deitada na cama do seu quarto que o cyberbullying está ativo, com alguém insultando, humilhando, praticando violência psicológica repetitiva nos diferentes canais das redes sociais ou nos aplicativos de mensagem instantânea, como o Whats. 

Além disso, a busca pela imagem considerada ?ideal? nas redes sociais traz ansiedade e insatisfação. Como a conectividade é a praia deles, para se sentirem incluídos na tribo querem a aprovação imediata, que está associada às curtidas e comentários que recebem na internet. Quando não alcançam o que gostariam ou são cancelados por alguém, se frustram. As expectativas não atendidas trazem sofrimento e geram isolamento. Como comparam a sua vida com as postagens que veem, se fragilizam e a autoestima fica baixa.

É essencial que tenhamos consciência da difícil vida dos jovens na era da informação e dos desafios impostos por um mundo onde o real e o virtual se confundem, e mantêm esta galera estimulada, provocada, cobrada e até perseguida e enganada, tendo em vista que nem falamos aqui da questão da segurança e privacidade.