A capitulação do monitor
Depois de cem anos nas bancas, e sete prêmios Pulitzer, o maior do jornalismo americano, o "Christian Science Monitor" estará somente na internet a …
Depois de cem anos nas bancas, e sete prêmios Pulitzer, o maior do jornalismo americano, o "Christian Science Monitor" estará somente na internet a partir de abril, tentando manter apoio com uma revista semanal impressa. É o primeiro grande jornal americano a dar este o, empurrado pelo preço do papel e a atual crise internacional.
Junta-se agora aos 1.936 jornais online de 184 países, na contagem da Wikipédia. No Brasil, o pioneiro foi a Folha de S. Paulo, seguindo-se os demais grandes jornais e revistas do Rio e São Paulo, e dos principais estados. Boa parte deles, como será o Monitor, tem o o permitido somente a s como, por exemplo, Veja.
O custo de uma eventual impressão fica com o ou internauta. Até agora, 50% dos custos do Monitor era financiado com s (US$ 210 por ano) e o restante coberto pela Ciência Cristã.
Esta Ciência rejeita a medicina e atribui somente a Deus a fonte da saúde. Mas nunca interferiu na linha editorial do jornal. "Nossa situação estava insustentável", disse John Yemma, diretor em entrevista ao New York Times. "Assim não se pode manter a independência editorial. Queremos chegar a um modelo sustentável".
Os empregados
A situação não será fácil para muitos trabalhadores. A empresa anunciou que demitirá parte de sua equipe de 95 jornalistas e fotógrafos - um "corte modesto", segundo Yemma. Outros serão afetados também no rastro da internet. A empresa Gannet, editora do USA Today que, com sua circulação de 2,2 milhões de exemplares, é o mais vendido, anunciou o corte de 10% de seus funcionários, cerca de três mil pessoas, nos outros 94 jornais da empresa.
A queda
Dados divulgados pela Audit Bureau of Circulation revelam que a circulação dos jornais impressos caiu em 3,6% nos Estados Unidos. A diminuição é reflexo da migração para a internet. A circulação dos 25 principais jornais em dias úteis caiu, como a de New York Times (queda de 3,85%) e do Los Angeles Times (queda de 4,13%). Aos domingos, a circulação geral caiu em 5,6%, sendo que somente o New York Times e o New York Daily tiveram redução de 9%. Apenas US Today e Wall Street Journal mantiveram-se estáveis.
Paradoxo
Segundo a World Press Inc., a publicidade nas versões online vem crescendo a níveis muito superiores aos dos jornais impressos. Computando apenas Europa e Américas, os jornais registraram alta de apenas 0,3% na publicidade em papel, enquanto na mídia online foi de 35%. Mas existe um paradoxo. "Enquanto a publicidade nos impressos cresce em bilhões de dólares, na internet conta-se em milhões", diz David Forty, diretor da World. (Com Wikipedia, IG News, NYT, e El Pais).