O futuro do futuro que já chegou! (E já faz um tempo!)

De Fabiano Brasil, para o Coletiva.net

Fabiano Brasil é jornalista, comunicador e diretor-geral do POA Streaming TV - Crédito: Arquivo Pessoal

Recentemente ouvi sobre as tendências de mercado no futuro da comunicação, mais precisamente, das emissoras de televisão. Ouvi que "no futuro" as emissoras não estarão mais em canais abertos ou em rede fechada, e sim (ou também estarão!) em aplicativos e a disposição na hora em que o telespectador/usuário da internet quiser.

Sem a pretensão de querer ser o 'inventor da roda' mas esta tendência da forma de consumir conteúdo foi a motivação de termos criado em meio a pandemia o POA Streaming TV.

Lembro que na época, há 4 anos (o POA Streaming TV completou 4 anos no último dia 12), a ideia era estar a disposição multiplataforma, ou seja, em todas as redes sociais ao mesmo tempo (Facebook, YouTube, Twitter (hoje X), LinkedIn, Twitch e Instagram), entretanto, depois de um ano, percebemos que a pulverização da audiência não reforçava ou dava números expressivos a uma plataforma específica, deixando assim a falsa impressão que a audiência não apresentava os números que esperavamos, mas, para termos a representação para a exigência dos anunciantes, percebemos a necessidade de priorizar apenas uma ou duas das redes. Escolhemos à época apenas o YouTube. Pra mim, ainda era pouco.

Estudando e lendo muito sobre o tema e buscando inspiração daquilo que já acontece fora da nossa realidade percebemos que estarmos também em uma plataforma por streaming seria mais um o rumo ao dito e esperado futuro. Golaço!

A repercussão foi incrível. Mais de 50 mil espectadores/dia em um universo de milhares de opções de distribuição de conteúdo que hoje temos a disposição na palma da nossa mão.

Mas o futuro. Ah, o futuro ele apresenta novidades todos os dias. No Streaming, nosso trabalho é divulgar a plataforma, para que na plataforma o nosso espectador nos encontre e assim, seja fidelizado. E fomos a luta.

Volto um pouco no tempo. Em meio à pandemia tivemos uma profusão de podcast's. Milhares deles. Ter mais um podcast transformou-se realmente em mais um, com algumas dezenas de exceções que realmente vieram e solidificaram-se ao apontarem 'nichos específicos' ou 'temas especiais' a serem abordados. Outra (excelente) nova percepção de mercado de consumo de conteúdo que deu certo, no entanto, de fato, com receita única, onde a manutenção de uma mesma apresentação e formato tornariam estes mesmos cases e sucessos, cansativos com o ar do tempo a partir da exigência e a velocidade que cada vez mais o consumidor 'cansa' daquilo que ele assiste. Era, de novo, um olhar para o futuro.

Por muitas vezes ouvi que era necessário, por uma questão de "status", veicular nossa programação em um canal fechado. Ouvi, ouvi, ouvi e ouvi de novo. Fui atrás. Constatei um investimento alto para que estivéssemos com nossa programação neste formato. A pergunta era: "Esse investimento terá retorno em audiência e financeiramente falando? Iremos converter?" Após várias e várias reuniões e consultas de mercado a resposta que obtive foi: Não.

Vivemos a era da comunicação na hora em que o consumidor busca o que quiser e onde ele quiser. No seu momento. E que forma agregar valor à minha emissora?

E aí chegamos ao que ouvi dia destes como o grande diferencial da comunicação 'do futuro': As emissoras terão o seu próprio aplicativo onde o consumidor irá baixá-lo na sua Smartv em casa, ou nos seus Smartphones ou Tablets, gratuitamente ou não, as programações que ele gosta de consumir.

Este futuro já chegou e já apresenta os seus próprios avanços. O futuro não é daqui 2, 5 ou 10 anos. O futuro é daqui instantes. O futuro é no próximo momento e estar atento a estas transformações é OBRIGAÇÃO de quem quer destacar-se no mundo do consumo da informação, do conteúdo, do entretenimento e na agilidade em garantir que aquilo que o meu consumidor quer eu vou conseguir entregar na hora em que ele quiser, ou seja, AGORA! A interação aliada a melhor experiência ao assistir ao programa ou conteúdo que ele está acompanhando, e ainda, com outro 'plus': Acrescentar a sua existência. Fazer com que aquele tempo que esteja dedicando ao assistir o que seja, possa de fato fazer a diferença na vida dele, que provoque uma reflexão ou um conhecimento do qual ele ainda não possuía. Além de fomentar evidentemente que o consumo real seja de produtos ou algo do seu desejo, mas fundamentalmente o conhecimento que outrora ele não possuía , facilitando ou resolvendo alguma lacuna que o próprio consumidor do meu conteúdo desconhecia.

Em tempo: A TV ABERTA será sempre importante, eficiente e fundamental na formação de opinião, entretanto necessitará adaptar-se e disponibilizar-se nas novas plataformas, APPs/BOXs e formatos de veiculação, já a TV PAGA, os canais fechados correm o risco inevitavelmente de tornarem-se somente 'mais um' em universo disponível para uma pequena parcela consumidora que irá preferir investir naquilo que lhe interessa ao invés de adquirir um plano com 1000 canais onde somente alguns realmente são aqueles que ele deseja consumir.

Ou seja, estar ligado no futuro do futuro talvez seja o grande desafio e modéstia à parte, o POA Streaming TV em apenas 4 anos já pode perceber, vivenciar e modernizar-se a ponto de ter sido o pioneiro em articular neste movimento em nossa aldeia.

Bem vindos ao futuro do futuro. O POA Streaming TV já está lá! A TV 3.0, 4.0, 5.0 é só o início. Estar no caminho é o desafio.

Fabiano Brasil é jornalista, comunicador e diretor-geral do POA Streaming TV

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