A força agregadora da Comunicação Pública

De Antonio Vinicius Amaro da Silveira, para o Coletiva.net

Antonio Vinicius Amaro da Silveira é Desembargador do Tribunal de Justiça e Presidente dos Conselhos de Comunicação Social e de Inovação e Tecnologia - Crédito: Divulgação TJRS

            Ao se completar um ano do início da maior tragédia ambiental já vivenciada no Rio Grande do Sul, é fundamental realizarmos algumas reflexões. A começar, evidentemente, pelo comportamento de cada um de nós frente aos novos desafios socioambientais. Também é fundamental analisar o quanto empresas, entidades e Poder Público têm evoluído em suas ações para tentar mitigar os efeitos desse novo cenário. Mas o principal aspecto sobre o qual gostaria de lançar luz é a comunicação social e, por dever de ofício, a comunicação institucional no setor público.

            Com formas e proporções absolutamente distintas, mas com importantes impactos sobre o Poder Judiciário gaúcho e sobre a sociedade, nos últimos cinco anos, tivemos que enfrentar crises vultosas. Antes da enchente de 2024, que atingiu dezenas de unidades judiciárias no Interior e na Capital, já havíamos ado pela pandemia e por um ataque cibernético violentíssimo. Em comum entre esses três episódios, além do sofrimento e da necessidade imperiosa de reação para seguirmos prestando nosso serviço essencial à população, tivemos um aliado tão necessário quanto estratégico: a comunicação social.

             Sem adentrarmos nas experiências de cada um dos três episódios acima elencados, podemos afirmar com total convicção que uma comunicação bem alinhada, objetiva e ágil nos ofereceu uma perspectiva alentadora no enfrentamento às crises. Em todos os casos, primeiramente, necessitamos informar com a máxima precisão possível nosso público interno. São mais de 13 mil pessoas entre magistrados, servidores, trabalhadores terceirizados e estagiários atuando nas 165 Comarcas em todas as regiões do estado e no Tribunal de Justiça em Porto Alegre. Uma imensa capilaridade a ser percorrida até que pudéssemos construir uma informação uníssona.

             Tão logo estabelecida a conexão, equalizando velocidade e exatidão, fez-se necessário conversar com a comunidade. Tanto para esclarecê-la de nossas dificuldades, quanto para informar os meios adequados para seguir contando com nossos serviços, tendo em vista uma cultura de judicialização que constitui um total de seis milhões de processos ativos na Justiça estadual atualmente. E, especialmente, considerando que o Judiciário é o último reduto de esperança para muita gente encontrar a solução de muitos dos seus problemas.

             Em todas essas ocasiões, mais do que atender com presteza as demandas dos veículos de imprensa que nos ajudam na promoção da transparência do Judiciário, utilizamos e valorizamos nossas plataformas oficiais de comunicação. Em especial, nossos perfis nas principais redes sociais, que já alcançam cerca de 405 mil seguidores. Por meio delas e de acordo com as características específicas de cada uma, construímos mensagens eficazes e privilegiamos a interatividade. Orientações seguras a todos os públicos envolvidos a qualquer hora do dia, conforme exigem as situações extraordinárias. Mais do que os meios tecnológicos, nossa equipe de profissionais da Direção de Comunicação Social foi incansável para promover informação como direito da cidadania.

             Costumamos dizer que não trabalhamos para ganhar prêmios, mas para comunicar com qualidade. Entretanto, se houver o reconhecimento, aceitamos de muito bom grado. Uma importante expressão desse reconhecimento foi a retrospectiva 2024 da plataforma SocialMediaGov, que monitora redes sociais de centenas de instituições públicas do país. Os conteúdos do TJRS foram destacados como Top 1 em engajamento na categoria Judiciário Estadual. Os posts foram divulgados para prestação de esclarecimentos à população gaúcha durante a grave crise climática de maio do ano ado. Por essa atuação, fomos indicados entre os finalistas do Prêmio Nacional SocialMediaGov na categoria "comunicação como serviço", entre centenas de instituições públicas de todo o país. Em 2025, o TJRS foi finalista também do tradicional prêmio Marcas de Quem Decide, promovido pelo Jornal do Comércio.

             Diante desse compromisso com a prestação de serviço e a promoção da transparência, celebramos todos que percebem a relevância da comunicação pública. Nós seguiremos fiéis à estratégia para que a percepção da sociedade sobre o Poder Judiciário seja a mais próxima da realidade.

Antonio Vinicius Amaro da Silveira é Desembargador do Tribunal de Justiça e Presidente dos Conselhos de Comunicação Social e de Inovação e Tecnologia

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