Mais uma denúncia da Veja 3o2l5z

Meus amigos petistas garantem: a revista Veja mente e distorce fatos para perseguir seus desafetos. Talvez estes amigos tenham razão, sabem das coisas. Eles … 505m1v

04/05/2007 00:00

Meus amigos petistas garantem: a revista Veja mente e distorce fatos para perseguir seus desafetos. 4s1dx

Talvez estes amigos tenham razão, sabem das coisas. Eles votaram no candidato vencedor, meu candidato teve um desempenho pífio no segundo turno da presidencial.

Tenho adotado uma postura matemática em relação à revista. Extraio a raiz quadrada de tudo que ela publica.

Recentemente, a revista denunciou: a Procuradoria-Geral do Trabalho em Brasília está construindo um novo prédio na Capital. Serão 56 mil metros quadrados, sendo que o orçamento original de 20 milhões de reais transformou-se numa conta de 130 milhões para espetar nas costas do contribuinte.

Acho interessante o nome deste órgão? Tem tudo a ver com o Brasil: procurar trabalho é o que mais faz o cidadão médio. Não sabe ele, no entanto, que a sua dificuldade para achar uma colocação é incrementada por dois fatores. Por um lado, sua baixa escolaridade não o habilita à importante parcela das vagas; por outro, o País cresce pouco porque faltam recursos para investimentos. Estes dois problemas seriam atenuados fortemente se o Erário não fosse drenado por má gestão de recursos, corrupção e corporativismos.

Mas voltemos à Veja. Segundo a revista, a dita obra tem roubalheira por todos os lados, sendo que construtoras envolvidas em outras negociatas estão participando ativamente da obra. Ainda segundo a revista, já há servidores afastados devido às práticas na gestão da obra.

É aí que entra a tecla da raiz quadrada da minha calculadora. Minha operação reduz a matéria somente àquilo que é demonstrável a olho nu: o tal prédio tem garagem para 664 carros, três auditórios, nove elevadores, câmara frigorífica, cozinha industrial e revestimento de granito, sendo que abrigará 476 funcionários.

Ora, itamos que não tenha havido corrupção, que a gestão pública no Brasil é imune à roubalheira e que o gestor que autorizou a obra agiu de boa-fé. Ainda assim estamos diante de mais um exemplo do mal que fazem as corporações à sociedade brasileira. Num país onde faltam escolas, hospitais, estradas e habitações populares, um gestor público autoriza uma construção nababesca destas e nada pode ser feito em defesa de quem paga a conta.

Nada se faz porque vivemos um processo de anestesia social, endossada pelo fato de que quem poderia agir contra tais decisões, possivelmente o faria de dentro de mais um prédio construído pelos mesmos critérios. Não dá em nada.

Há, entretanto, uma pequena possibilidade de punição. Da mesma forma que Al Capone foi, depois de um grande número de assassinatos e atentados cometidos, condenado por sonegação fiscal; nosso brilhante gestor pode ser apanhado pelo Incra. Afinal de contas, serão 56 mil metros quadrados para 476 funcionários, ou seja, 117,65 para cada um.

Um latifúndio? É produtivo?