Sem Estúdio: Marcela Donini 492y56

Jornalista e editora-chefe do Matinal Jornalismo é a entrevista desta semana no programa online produzido por estudantes da Famecos 1l5d3i

28/07/2020 15:31
Sem Estúdio: Marcela Donini

Nesta terça-feira, 28, o programa 'Sem Estúdio', uma produção do Editorial J (Laboratório Convergente do Curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design - Famecos), com o apoio de Coletiva.net, entrevista a jornalista Marcela Donini. O quadro semanal, realizado por alunos de Jornalismo com profissionais da área sobre os impactos da pandemia da Covid-19, recebe, às 21h, a editora-chefe do Matinal Jornalismo.  4k6h1

A equipe do portal entrou em contato com Marcela para adiantar detalhes sobre o bate-papo que ocorrerá logo mais. 

Confira a entrevista na íntegra

1- Por meio do contato com alunos, qual é a importância de aproximar os cursos de graduação de Jornalismo do mercado? 

Essa aproximação é necessária. Precisamos dialogar mais, principalmente, um lado ouvir o outro. 

2 - Como é para você ter a possibilidade de interagir e trocar experiência com os estudantes?

É sempre um encontro muito rico, principalmente em relação ao profissional e o estudante. Eu, particularmente, gosto muito de conversar com o estudante. Dei aula até 2018 na ESPM-Sul. Me lembro que quando era estudante achava muito fascinante encontrar e poder conversar com profissionais. Hoje, como profissional, acho muito rico. Na correria da rotina de uma redação não para para refletir sobre o seu trabalho. Quando a gente para para conversarmos com estudantes temos essa oportunidade que acaba sendo muito rico para o estudante que nos ouve também. 

3- A cobertura jornalística durante a pandemia do novo coronavírus é uma das temáticas principais do programa de entrevistas 'Sem Estúdio'. Como a pandemia tem impactado na sua rotina profissional?

Acho que o maior impacto na rotina é que, pela primeira vez, a minha geração de jornalistas está cobrindo uma crise na qual está completamente imersa. Já cobri tragédias, a maior delas foi a Boate Kiss, em Santa Maria, e aquilo me afetou muito emocionalmente, mas como uma espectadora que estava muito próxima que foi para Santa Maria e era muito pesada a situação. 

Mas agora é diferente porque estamos falando em uma crise sanitária, política e econômica que tem impacto em muitas esferas e que estão nos atingindo enquanto cidadãos. A maioria dos jornalistas está trabalhando das nossas casas em isolamento. Então, tem toda uma questão de sanidade mental que eu acho que é muito importante e está muito envolvida. Tem a ver com esse isolamento, que pode haver reflexos na sanidade mental dos jornalistas, como em qualquer outra pessoa que está em isolamento, mas também tem o peso do noticiário. Estamos nesta cobertura no Rio Grande do Sul há quatro meses. É uma cobertura longa, sofrida, com alguns momentos de desespero de saber quando isso vai terminar. Principalmente agora, em um momento crítico no Rio Grande do Sul, é pesado acompanhar e fazer essa cobertura. Uma dimensão de uma tragédia que a gente não conhecia até então, não tinha trabalhado e não estava imerso. 

Além disso, tem um impacto nas rotinas e prática, que é muito menos 'pé na rua', contato com as fontes pessoalmente e isso muda um pouco o trabalho. Por outro lado, nos dá oportunidade de explorar outros caminhos de investigação. Tivemos essa semana um furo para uma matéria super relevante, que tivemos o aos documentos sem precisarmos ir em algum lugar, e com entrevistas feitas por telefone. É uma matéria que está completa e feita respeitando esse isolamento que falamos.

Marcela Donini

Também é co-fundadora do Farol Jornalismo, uma iniciativa de pesquisa e produção de novas formas de fazer jornalismo, que produz uma newsletter semanal e gratuita de curadoria e análise de temas relacionados especialmente à tecnologia e ao jornalismo. Além dos portais de jornalismo independente, a jornalista já teve experiência em redações, escrevendo para a revista Donna e outras editorias do jornal Zero Hora.

O programa será transmitido na página do Editorial J no Facebook, bem como de Coletiva.net. Vale ressaltar que o público pode mandar perguntas nos comentários para serem lidos no ar.