Sem estúdio: Fernanda Wenzel
Jornalista gaúcha é a entrevistada desta semana no programa on-line produzido por estudantes da Famecos

Nesta terça-feira, 7, o programa 'Sem Estúdio', uma produção do Editorial J (Laboratório Convergente do Curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design - Famecos), com o apoio de Coletiva.net, entrevista a jornalista gaúcha Fernanda Wenzel. O quadro semanal, realizado por alunos de Jornalismo com profissionais da área sobre os impactos da pandemia da Covid-19, recebe, às 21h, a repórter freelancer.
A equipe do portal entrou em contato com Isabel com o intuito de adiantar detalhes sobre o bate-papo que ocorrerá logo mais.
Confira a entrevista na íntegra:
1- Por meio do contato com alunos, qual é a importância de aproximar os cursos de graduação de Jornalismo do mercado?
Vejo que muita gente que cursa Jornalismo se desilude quando vai para o mercado de trabalho. Talvez porque tenha uma visão muito romântica da profissão, e quando se depara com as pressões e demandas do dia-a-dia acaba se arrependendo. Acho que o contato com quem está na linha de frente ajuda os alunos a entenderem no que estão se metendo, rsrs. Ao mesmo tempo, para quem de fato tem perfil para seguir essa profissão, aposto que conhecer a rotina de um repórter vai só aumentar o desejo de colocar a mão na massa. Eu sou suspeita para falar, amo muito o que faço, e não consigo me ver trabalhando em outra coisa.
2 - Como é para você ter a possibilidade de interagir e trocar experiência com os estudantes?
Eu vejo um esforço das universidades para formar profissionais aptos a atuar no mercado: capazes de escrever, editar, entrevistar, gravar, postar, etc. Vejo inclusive a PUC fazendo um esforço para mostrar que o jornalista não precisa necessariamente trabalhar para uma empresa, mas também para si mesmo, pelo caminho dos freelas e do empreendedorismo. Por outro lado, não vejo a academia como um lugar de debate da profissão, da ética profissional, do jornalismo que estamos fazendo e que queremos fazer. Resumindo, acho que as universidades têm que tomar a dianteira nesse processo, e não vir a reboque dos veículos de imprensa.
3- A cobertura jornalística durante a pandemia do novo coronavírus é uma das temáticas principais do programa de entrevistas 'Sem Estúdio'. Como a pandemia tem impactado na sua rotina profissional?
Quando eu larguei meu emprego para trabalhar como freelancer, há dois anos, eu tinha a opção de trabalhar de casa. Mas sempre preferi compartilhar escritórios com colegas de profissão, em um esquema tipo coworking. Este ano eu estava dividindo escritório com mais quatro pessoas, e algumas parcerias de trabalho muito bacanas surgiram desse encontro. Com a pandemia, tivemos que trabalhar de casa. Apesar de ter todo o conforto de um escritório, internet e tudo mais, eu sinto muita falta da troca interpessoal com os colegas com os quais toco alguns projetos. Seguimos falando por Whats, video chamadas, etc, mas não é a mesma coisa. Em relação às fontes, antes da pandemia a maioria dos contatos já era feita por telefone e WhatsApp. Mas dependendo do entrevistado ou do assunto, eu gostava de encontro-lo pessoalmente. Fosse por ser um tema delicado, complexo, ou por acreditar que com a proximidade a pessoa se sentiria mais segura para ar informações sigilosas. Agora, os encontros pessoais estão descartados. Este ano também zerou as chances de qualquer viagem à Amazônia. Eu continuo cobrindo a região à distância, mas definitivamente não é a mesma coisa.
Fernanda Wenzel
Tem matérias publicadas em diversos veículos jornalísticos importantes, como a Folha de São Paulo, Revista Piauí, BBC Brasil, Valor Econômico, The Intercept Brasil e Agência Pública. As coberturas dela têm como temática principal as ameaças ao meio ambiente e o desmatamento da floresta amazônica.
O programa será transmitido na página do Editorial J no Facebook, bem como de Coletiva.net. Vale ressaltar que o público pode mandar perguntas nos comentários para serem lidos no ar.