Sem Estúdio: Andrei Netto

Jornalista e fundador da Headline adiantou ao Coletiva.net o que conversará com os alunos da Famecos daqui a pouco, às 13h

Nesta terça-feira, 9, às 13h, quem participa do 'Sem Estúdio' é o jornalista e fundador da plataforma de jornalismo independente, em fase de pré-lançamento, Headline, Andrei Netto. Com realização do Editorial J e apoio de Coletiva.net, o profissional gaúcho será entrevistado por alunos da Famecos acerca dos desafios enfrentados neste período de pandemia da Covid-19.

A equipe do portal entrou em contato com a jornalista gaúcha com o intuito de adiantar sobre o bate-papo que ocorrerá logo mais. 

Confira a entrevista na íntegra:

1- Por meio do contato com alunos, qual é a importância de aproximar os cursos de graduação de Jornalismo do mercado? 

Eu sempre acreditei muito que bons jornalistas precisam estar próximos à academia, seja nas salas de aula, estudando e buscando especializações, seja entrevistando acadêmicos, seja ainda em contato com os jovens jornalistas. Em um momento de crise sistêmica na indústria do jornalismo, é mais do que nunca importante transmitir aos estudantes o senso social, a missão que deve nos orientar. Então colocar profissionais experientes em contato com alunos sempre será bem-vindo. 

2 - Como é para você ter a possibilidade de interagir e trocar experiência com os estudantes?

A meu ver a especialização de jornalistas é muito, muito importante. Quem sai das escolas de jornalismo com um diploma tem a falsa ideia de estar pronto para encarar a carreira. Não é verdade. O diploma de jornalismo nos dá a base, mas o diferencial virá de sua capacidade de se especializar, de ser uma referência no assunto que está cobrindo. Não me refiro a transformar o jornalista em um colunista, mas de transformar o jornalista em um repórter capaz de ver além do evidente. E isso só é possível com conhecimento. No pós, estudar ciências políticas, economia, relações internacionais, istração, direito, matemática e estatística, programação ou design, por exemplo, sempre será um diferencial. E citei apenas algumas das inúmeras áreas úteis à profissão.

3- A cobertura jornalística durante a pandemia do novo coronavírus é uma das temáticas principais do programa de entrevistas 'Sem Estúdio'. Como a pandemia tem impactado na sua rotina profissional?

A pandemia mudou tudo. Lidero um grupo de jornalistas que vai lançar em breve uma plataforma de jornalismo independente no Brasil, a Headline (se liguem em @Headline_BR no Twitter, por exemplo). O coronavírus nos impôs uma reorganização total do projeto, do cronograma às fases de lançamento, ando pela criação de um "pop-up" em meio a esse tempo de crise sanitária e econômica. Vamos deixar ar. 

Do ponto de vista individual, minha rotina de trabalho mudou muito. Trabalhávamos em uma grande incubadora, cercada de especialistas de outras áreas que nos aconselham em cada o do projeto. Ainda estamos em home offices trabalhando cada um em seu canto, sem o mesmo contato. Por sorte eu já havia trabalhado assim em minha carreira por 13 anos, então conheço os desafios de manter a produtividade em meio às distrações do cotidiano.

Andrei Netto

Formado pela Famecos, o jornalista trabalhou na Gazeta Mercantil, no jornal Zero Hora e, até 2018, foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), em Paris. A cobertura da Guerra Civil na Líbia, em 2011, quando acabou preso, transformou-se no livro 'O silêncio contra Muamar Kadafi - A revolução da Líbia pelo repórter brasileiro que esteve nos calabouços do regime'.

O programa será transmitido na página do Facebook do Editorial J, bem como de Coletiva.net. Vale ressaltar que o público pode mandar perguntas nos comentários para serem lidos no ar.

 

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